Portão do Inferno - Casos Arquivados 20.08.2025 | 14h29
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Assessoria
Com elenco e direção formados por profissionais locais, a minissérie O Portão do Inferno - Casos Arquivados, obra adaptada do livro homônimo do escritor negro cuiabano Jefferson Neves, traz cenas gravadas em Cuiabá e Chapada dos Guimarães para ilustrar as histórias abordadas. O autor do livro também assina o roteiro e a trilha sonora original. Já a direção é do cineasta mato-grossense Luiz Marchetti.
Com 4 episódios e estreia prevista para dezembro deste ano, a série é considerada uma experiência audiovisual sensorial e política. A narrativa se desdobra entre os anos 1940 e tempos mais atuais, a partir de crimes reais investigados em arquivos históricos e transformados em ficção. O roteiro não linear constrói um quebra-cabeça de imagens e silêncios, onde passado e presente se atravessam e assombram mutuamente.
A maior parte das cenas será gravada à noite, com locações em casarões históricos de Cuiabá, trechos da estrada para Chapada dos Guimarães e em uma chácara às margens do Rio Coxipó. A atmosfera "noir" e o uso da estética barroca inspirada em Caravaggio ajudam a moldar o tom sombrio da trama, que investiga os limites da Justiça, da memória e da identidade social.
“Essa obra nasce do incômodo com o que foi silenciado. É uma missa para corpos ausentes, mas que ainda querem falar. A dramaturgia surgiu da escuta de arquivos, jornais antigos, relatos orais. E a série, agora, ganha ainda mais camadas: a música, a performance, o corpo das pessoas, artistas, os espaços da cidade. Cada cena é como um corte arqueológico”, afirma Jefferson Neves, roteirista da produção audiovisual, autor do livro original e compositor da trilha sonora especialmente criada para a obra.
O elenco é formado por artistas reconhecidos da cena cultural mato-grossense, como Vera Capilé, Ilto Silva, Maria Clara Bertulio, Bia Corrêa e Carolina Argenta, entre outros nomes que transitam entre o teatro, o cinema e as artes visuais. A escolha por um casting majoritariamente local reafirma a força criativa do Estado e a proposta estética e política do projeto: contar uma história mato-grossense com corpos, vozes e talentos daqui.
“Fazer cinema em Mato Grosso é, por si só, um gesto de resistência e invenção. Essa minissérie não é apenas um thriller, é uma obra que atravessa linguagens e propõe uma escuta sensível do território. É sobre o que foi apagado, mas também sobre o que resiste. E o audiovisual, quando feito com profundidade e conexão com o lugar, pode ser esse catalisador de memórias e futuros”, afirma o diretor Luiz Marchetti.
Para retratar uma minissérie de suspense da Cuiabá dos anos 1940, o figurino, a trilha, a direção de arte e a fotografia dialogam com obras visuais, objetos de cena criados por artistas locais, composições autorais e uma trilha sonora que mistura sons da cidade, elementos ritualísticos e pulsos eletrônicos. A Direção de Fotografia é assinada por Luís Abramo; a Direção de Arte e Cenografia, por Douglas Peron e Jefferson Keese; a Direção de Elenco é de Caio Ribeiro; e a Produção é de Daniela Arantes.
“Queremos que cada detalhe da obra convoque a arte mato-grossense. Que as pessoas vejam a série e sintam cheiro de terra, de rio, de Centro Histórico. Que reconheçam sons, nomes, lugares. E que, ao mesmo tempo, se surpreendam com a linguagem ousada, com a quebra de tempo, com a força poética de quem cria a partir da margem. O Portão do Inferno não é um produto, é um manifesto sensível”, resume Jefferson.
As gravações seguem até 4 de setembro. A minissérie será exibida gratuitamente em data a ser divulgada.
A série, uma realização da produtora mato-grossense Centro Audiovisual Luiz Marchetti (CALM), contemplada por edital da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), com recursos da Lei Paulo Gustavo,representa um marco artístico para o audiovisual do Estado: um encontro poderoso entre cinema autoral, literatura, música, artes plásticas e memória social.
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