morte em relação sexual 10.02.2024 | 17h50
redacao@gazetadigital.com.br
Montagem/Gazeta Digital
A morte de Livia Gabriele da Silva Matos, 19, após ter 4 paradas cardiorrespiratórias e sangramento interno após manter relações sexuais com o jogador sub-20 do Corinthians Dimas Cândido de Oliveira Filho, 18, tem causado espanto em mulheres e alerta sobre os cuidados neste momento. Muitas delas não tinham conhecimento sobre essa parte do corpo, o “saco de Douglas”, e muito menos que lesão na região poderia ser fatal.
O caso de Livia chama atenção não só para sua morte, mas também para o fato das dores que algumas mulheres podem sentir durante relações sexuais e encararem isso como algo “normal”. O conversou sobre o assunto com a ginecologista e obstetra, Giovana Fortunato, que ressaltou: sentir dor não é normal. Verbalizar o incômodo ao parceiro é uma questão de segurança e respeito ao corpo.
Questionada sobre o que é o saco de Douglas, a médica explicou que tanto homens, quanto mulheres têm o órgão e o aumento de pressão na região pode atingir vasos sanguíneos, ocasionando sangramentos graves.
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“Saco de Douglas é o nome dado a uma cavidade na parte baixa do abdômen, próxima à região genital. A região também é conhecida como ‘escavação retouterina’, ‘bolsa de Douglas’ ou ‘espaço de Douglas’. Trata-se da porção mais alta da parede vaginal, que fica em volta do colo do útero. A região tende a acumular a pressão do ar que entra pela vagina e, caso essa pressão for muito alta, pode ocorrer sua ruptura. Tanto homens quanto mulheres possuem essa cavidade. Nas mulheres, o espaço está localizado entre o útero e o reto. Nos homens, a estrutura fica entre o reto e a bexiga. O aumento da pressão na região pode ocasionar a extensão da mucosa vaginal em alguns centímetros. Isso pode atingir vasos sanguíneos e levar a sangramentos graves”, explicou a médica.
Segundo Giovana, a região é muito importante na detecção de problemas ginecológicos e abdominais. A ginecologista alertou que um grande sangramento durante uma relação sexual, pode indicar o rompimento do saco de Douglas e a importância de buscar atendimento médico.
“A bolsa de Douglas desempenha um papel relevante no diagnóstico e tratamento de problemas ginecológicos e abdominais. Pode apresentar dor aguda na penetração profunda, sangramento, dor pélvica aguda. Caso ocorra um grande sangramento durante a relação sexual, pode indicar rompimento do saco de Douglas. É importante buscar atendimento médico para avaliação ginecológica. Essa área é essencial para a detecção de condições de saúde como: endometriose e miomas uterinos, tumores pélvicos, doença inflamatória pélvica, cistos ovarianos, liquido na região abdominal”, disse.
Conforme a ginecologista, sentir dor durante relações sexuais não é normal, independente da fase do ciclo menstrual. Muitas mulheres veem como normal a depender do dia.
“A dor durante a penetração inicial e profunda, em quase todas as posições sexuais, com dor referida na região pélvica, independente da fase do ciclo menstrual não pode ser tratada com normalidade, a paciente deve procurar assistência médica para melhor investigação clínica. A dor pode ser um sintoma de doenças ginecológicas como vaginismo, infecções, endometriose, dor pélvica aguda e crônica e dor miofascial”, orientou.
De acordo com Giovana, a quantidade de mulheres que sentem dores durante as relações sexuais e acham normal é muito grande. Alguns dos fatores que piora isso também são os tabus para falar sobre sexo e o medo de desagradar os parceiros ao pedir para interromper uma relação desconfortável.
“A dor durante o ato sexual, também chamada de dispareunia, é mais comum do que se imagina. Ela dificulta não só a relação sexual, mas compromete a rotina da mulher porque impede qualquer tipo de penetração, inclusive na hora de fazer exames ginecológicos. Ela pode ser classificada em dois tipos: superficial, quando ocorre em torno da abertura da vagina, normalmente no momento da penetração, ou profunda, quando a dor é sentida dentro da pelve, em geral, durante o movimento peniano. Em ambos os casos, as características da dor são as mesmas e se manifestam em forma de ardência ou como uma cólica muito forte. Não podemos esquecer que as causas da dispareunia podem ser de fundo emocional. Sexo ainda é tabu para muitas mulheres, cuja sexualidade com frequência é reprimida, o que dificulta a busca por informação", detalhou a médica.
A profissional ainda relatou que existem pacientes que sentem o desconforto desde a primeira relação sexual e acham que isso é normal, que a dor faz parte da relação íntima. "Assim, em vez de o sintoma ser encarado imediatamente como um problema a ser tratado, muitas podem pensar que é comum e negligenciar a procura por tratamento. Além disso, conviver com a dor durante o sexo tende a provocar sentimentos de frustração e baixa autoestima, além de comprometer a saúde do relacionamento”, finalizou a médica.
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