Professor da UFMT vira velejador e vence maior regata do Brasil

Oswaldo Paris sempre possuiu uma veia aventureira. Aliado à sua formação acadêmica e atuação profissional, ele já explorou o Brasil e a América do Sul de moto e bicicleta, subiu altas montanhas e conheceu uma diversidade de paisagens e povos. 

Há três anos, Oz, como é conhecido, encontrou na vela um esporte que preenche sua paixão por viagens e aventuras que ultrapassam fronteiras. Hoje, ele veleja no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, e, no último dia 29, foi campeão da Regata Internacional Recife - Fernando de Noronha (Refeno), a maior do continente, pela Classe RGS. 

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Ele fez parte do veleiro "Beleza Pura 2", uma tripulação que Oz conheceu há dois anos e passou a integrar. A equipe possui 8 homens e uma mulher e enfrentou dificuldades durante a competição, com duas quebras de leme.

Uma das quebras aconteceu minutos antes da largada, obrigando a tripulação a iniciar a prova com um leme de fortuna (emergência). A segunda aconteceu em alto mar, no meio da madrugada. 

"A agilidade da equipe superou o contratempo e nos manteve na competição", ele contou ao .

A equipe completou a prova em 36 horas e 26 minutos e garantiu a primeira colocação nas categorias: Farr 38-40, RGS D e RGS Geral. 

Reprodução

A equipe da vela "Beleza Pura 2", que conquistou o Refeno 2025 pela Classe RGS.

"Cada regata é a síntese perfeita de tudo o que valorizo: o planejamento de uma expedição, a resiliência de uma escalada e o trabalho em equipe indispensável para superar qualquer desafio que o oceano nos imponha", ele pontuou sobre a paixão pelo esporte.

Ele alia o amor pela vela e por viagens com a área acadêmica. Oz é professor efetivo do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), além de, atualmente, fazer um doutorado na área. 

"Consigo conciliar a paixão pelas expedições com minha carreira de professor, pesquisador, extensionista e doutorando", explicou.

Sua pesquisa no doutorado se foca no estudo de paisagens periféricas. "[É] um tema que se conecta diretamente com meu desejo de entender e vivenciar diferentes territórios e suas desigualdades", afirmou o professor. Ele acredita que sua vivência na vela é uma extensão dos estudos que desenvolveu ao longo da vida. 

Oz também faz parte do MTvela, um grupo de velejadores do Lago do Manso que está em processo de se formalizar como a Associação de Vela de Mato Grosso.