crime no shopping popular 13.11.2025 | 11h00

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Asscom TJMT
O Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá retomou, na manhã desta quinta-feira (13), o julgamento dos 3 acusados pelo duplo homicídio ocorrido em 23 de novembro de 2023, dentro do Shopping Popular de Cuiabá. A sessão foi reaberta às 9h, sob presidência da juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, titular da 1ª Vara Criminal da Capital. O julgamento integra o Mês Nacional do Júri, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Jocilene Barreiro da Silva e Vanderley Barreiro da Silva, mãe e filho, teriam mandado matar o lojista Gersino Rosa dos Santos em retaliação pela morte de um parente. O executor contratado, Sílvio Júnior Peixoto, efetuou dois disparos contra Gersino, sendo que um dos projéteis atravessou o corpo da vítima e matou o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, que estava próximo.
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O julgamento foi suspenso às 21h40 de quarta-feira (12) e retomado nesta manhã com a réplica do Ministério Público, representado pela promotora de Justiça Élide Manzini de Campos.
Durante sua fala inicial, às 09h, a promotora iniciou destacando o impacto social e emocional do crime, pedindo aos jurados que considerem a dor das famílias das vítimas.
“Eles morreram sem saber por que morreram. Foram surpreendidos por um pistoleiro contratado para executar uma sentença de morte”, afirmou.
Élide refutou a tese defensiva de que o crime teria sido motivado por emoção ou vingança familiar. “É muito fácil chorar depois. Mas paixão por matar os outros? Amor mata? Que tipo de amor é esse que leva alguém a tirar a vida do filho dos outros?”, disse.
A promotora relembrou que o crime foi cometido em um ambiente de grande circulação de pessoas. “O Shopping Popular é um lugar por onde transitam muitas pessoas. O executor sabia que podia acertar outras pessoas e assumiu o risco, assim como os mandantes que determinaram que o crime fosse ali”, destacou.
Durante a exposição, Élide Manzini detalhou a apreensão de armas e munições na casa de Vanderley Barreiro, apontado como um dos mandantes. Segundo ela, as munições eram semelhantes às encontradas no corpo da vítima e no local do crime, reforçando a conexão entre os réus e a execução.
Élide sustentou a tese de que o caso se enquadra na qualificadora de recurso que dificultou a defesa das vítimas, típica de crimes de mando. “O crime de mando tem natureza de surpresa. É planejado, articulado, montado para que a vítima não tenha chance de reagir”, afirmou.
A promotora também rebateu a alegação da defesa sobre uma suposta delação premiada de Sílvio Júnior Peixoto. Segundo ela, não há acordo formal homologado e a colaboração espontânea do réu não garante benefícios automáticos.
Em outro momento, Élide refutou a tese de homicídio privilegiado, sustentando que o crime foi meticulosamente planejado e cometido 14 dias após o fato que teria motivado a vingança. “Jurados, não caiam nessa tese. Houve tempo, planejamento, contrato de pistoleiro. Isso não é homicídio privilegiado”, reforçou, exibindo uma foto dos réus sorrindo após o crime.
“Eles estão apagados. Morreram de graça.”
Encerrando a réplica, a promotora apresentou fotos e áudios extraídos dos celulares dos acusados. Em uma das gravações, Vanderley Barreiro teria se referido às vítimas como “tudo de uma laia só”, e Jocilene, em outro áudio, teria dito: “O que ele fez com meu filho, ele pagou.”
“Olhem essa foto, a expressão deles. Gersino e Cleyton estão mortos. Eles estão apagados. Não tiveram direito a nada. Morreram de graça”, declarou a promotora, pedindo aos jurados que façam justiça.
O julgamento continua ao longo do dia, com as sustentações das defesas e, em seguida, a votação dos jurados.
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