CONDENAÇÕES DE QUASE 60 ANOS 02.05.2024 | 10h49
redacao@gazetadigital.com.br
João Vieira
Juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra condenou 5 médicos e servidores da Saúde da Capital a penas que, somadas, chegam a quase 60 anos de prisão, em decorrência de desvios de medicamentos e favorecimentos no Pronto Socorro Municipal. O magistrado considerou que o grupo “lesou direitos de várias vítimas” e “as circunstâncias do delito são gravíssimas”.
O Ministério Público de Mato Grosso denunciou Josué Pinto da Silva (vulgo “Josuel” ou “Bolívia”), Wlamir Benedito Soares (vulgo “Paulinho”), Jairo Calamir da Cruz, Dioge Farias Sodré (vulgo “Jiripoca”), Murilo de Sant’Ana Barros, Marcos Benedito Corrêa Gabriel, José Geraldo Souza Oliveira (vulgo “Zé do Atacado” ou “Zezão”), Alex Willian Xavier da Silva e Rosângela Aparecida do Espírito Santo, por crimes como corrupção passiva e associação criminosa.
Leia também - Tribunal de Justiça de Mato Grosso celebra 150 anos de história
Os servidores e médicos vinculados à Saúde do Município de Cuiabá foram acusados de praticar crimes contra a Administração Pública, como o recebimento de vantagens indevidas de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para acelerar as cirurgias e atendimentos médicos no PSM e hospitais particulares conveniados.
“Os articuladores do esquema criminoso, ora acusados, submetiam a cirurgias pessoas que preferencialmente pagassem para ser atendidas, em detrimento daquelas que cronologicamente tivessem prioridade”.
Além disso o grupo ainda realizava a venda de remédios, anestésicos e materiais hospitalares extraídos do estoque de mantimentos do Pronto Socorro de Cuiabá, e também fazia o comércio de atestados médicos.
Acabou ocorrendo a extinção da punibilidade de José Geraldo e Alex Willian por falecimento. Com relação a Rosângela houve prescrição da pretensão punitiva. Nas alegações finais os demais acusados pediram a absolvição.
Ao analisar o caso o juiz pontuou que os medicamentos eram destinados a usuários carentes, em estado de enfermidade, prejudicando o atendimento do SUS, “órgão institucional sensível e caro à população”.
“Lesou direitos de várias vítimas usuárias do Sistema Único de Saúde, que teve o princípio da universalidade severamente malferido, ao contrário do que se espera daqueles que integram a Pasta da Saúde Pública, que deveriam salvaguardar, com prioridade, os interesses dos aludidos usuários”.
Josué e Wlamir foram condenados, cada um, à pena de 18 anos, 11 meses e 16 dias de reclusão. Jairo Calamir da Cruz foi condenado à pena de 8 anos, 11 meses e 10 dias, enquanto Murilo de Sant’Ana foi condenado a 6 anos e Marcos Benedito a 6 anos e 8 meses de reclusão. Dioge Faria Sodré acabou sendo absolvido.
“As circunstâncias do delito são gravíssimas, uma vez que, para o cometimento do crime-fim de corrupção passiva, houve uma verdadeira associação criminosa entre os envolvidos, mediante união de desígnios, a fim de burlar a fila de espera de pacientes que aguardavam atendimento médico pelo SUS, pacientes estes eminentemente carentes e necessitados”, pontuou o juiz.
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.
Walter - 03/05/2024
Os médicos e outros funcionários que fora punidos espero que a chave da cela deles seja jogada na fossa das Marianas. E aqueles que foram BENEFICIADOS com esse esquema vergonhoso? Também foram/serão punidos?
Maria Rocha Gomes - 02/05/2024
Pior espécie de bandidos, criminosos. Cadeia para o resto da vida . Qtos ñ devem ter sofrido e morrido, enquanto esses malditos se fartavan do dinheiro público . Ñ tem perdão
2 comentários