Animais que ficaram para trás 05.12.2022 | 10h20
Reprodução/Instagram
A Rússia bombardeou a cidade Mykolaiv, na Ucrânia, nas últimas semanas, em uma frequência incomparável ao que ocorreu em qualquer outra cidade ucraniana.
Os disparos de mísseis pelo Exército russo fizeram com que cachorros e gatos passassem a viver sozinhos em uma zona de conflito. Muitas pessoas não conseguem fugir levando os animais de estimação, que ficam para trás e dependem do trabalho de voluntários para sobreviverem.
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A ex-levantadora de peso Anna Kurkurina nunca deixou Mykolaiv e agora transformou a necessidade de salvar os bichinhos em uma missão própria.
Na guerra, a linha de frente de Anna é onde cães e gatos procuram comida e um lugar quentinho para se abrigar.
"Como você pode abandonar seus filhos? São crianças. Somos responsáveis por eles", disse a ucraniana à rede de notícias Newsy.
Anna ainda conta que visita cachorros em locais diferentes todos os dias em que tem como alimentá-los, mas isso não tem sido fácil.
"A coisa mais trágica da minha vida é quando não tenho comida", disse Anna. “Eu me sinto muito mal porque em toda a cidade e em muitos vilarejos as pessoas me ligam e me pedem comida para os cachorros, e isso me faz perceber que os animais estão morrendo”.
Além do trabalho que realiza alimentando os bichinhos, a ex-atleta também distribui pelas ruas da cidade casinhas de cachorro que leva em uma van. Ela espera que, com os abrigos e o calor uns dos outros, os cães sobrevivam ao inverno brutal.
Antes da invasão da Rússia em fevereiro, Anna treinou jovens atletas de levantamento de peso e afirma que o esporte a preparou para a guerra de duas maneiras.
"Primeiro, sou um campeão mundial e muitas pessoas me conhecem", disse a ucraniana. "Ajudou-me a obter ajuda humanitária dos meus fãs, a maioria deles está na Alemanha e na Espanha. Em segundo lugar, a mulher mais poderosa do planeta também deve ser a mais gentil".
Animais em pânico
Embora Anna Kurkurina diga que os gatos realmente não reagem aos sons de guerra que estão ouvindo todos os dias, ela diz que os cães estão em pânico desde o início.
"Muitos deles morreram de ataques cardíacos", disse Anna. "Estou tentando encontrar sedativos para dar aos cachorros porque muitas de suas mortes não são de ataques diretos de mísseis, mas de corações partidos."
É por isso que ela está usando as redes sociais para tentar transportá-los para novos lares no exterior.
"Não vou deixá-los. Não poderei nunca", afirmou a ex-atleta. "Você não pode continuar vivendo em paz quando salva uma vida enquanto milhares de outras morrem".
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