Delator de MT é sócio oculto de rede internacional de fast food

O empresário e colaborador premiado Alan Malouf teve o seu nome ‘ocultado’ de um processo de recuperação judicial em uma de suas empresas na qual aparece como sócio em São Paulo.  

Trata-se da rede de fast-food norte-americana Applebee’s, famosa na capital paulista, e que solicitou recuperação relativa a uma dívida de R$ 34.469 milhões. No pedido realizado pelo advogado especialista em recuperação judicial, Euclides Ribeiro, o nome de Alan Malouf não aparece como um dos sócios da rede de restaurantes, que tem, segundo seu site, 8 unidades em São Paulo e 3 no Rio Grande do Sul. A rede iniciou seus trabalhos em 1980, em Atlanta (EUA) e hoje tem mais de 2 mil restaurantes em todo o mundo.  

Na época do pedido, em 2020, o empresário mato-grossense já era colaborador da justiça desde 2018, quando entregou um esquema de caixa 2 durante a campanha de 2014 do ex-governador Pedro Taques (SD), e a cobrança de propina em uma obra da secretaria de Estado de Educação (Seduc), que foi descoberta durante a Operação Rêmora do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).

De acordo com o último relatório da recuperação judicial datado de 31 de maio de 2022, a Applebee’s apresentou ativos da ordem de R$ 14,5 milhões e passivos de R$ 44,8 milhões, com um patrimônio líquido negativo de R$ 30,3 milhões.  

“Na série temporal analisada, em 2019 o patrimônio líquido negativo era de R$ 37,4 milhões e em abril de 2022, era negativo em R$ 30,3 milhões”, diz trecho do relatório.   Se levarmos em consideração o pedido de recuperação em 2020 no valor de R$ 34.4 milhões, a empresa de Malouf reduziu apenas R$ 4 milhões em 2 anos de recuperação judicial.  

A administradora judicial responsável pelo relatório encontrou inconsistências nos números fornecidos e pediu melhor transparência.  

“Dadas as inconsistências verificadas em nossas análises e que constam no corpo do presente relatório, as informações fornecidas carecem de melhores práticas e assim, afetam a veracidade das realidades patrimoniais e financeiras reportadas, de forma que o submetemos ao mm juízo”, finaliza o documento.  

Outro Lado

A reportagem entrou em contato com o advogado Euclides Ribeiro, que foi responsável pela Recuperação Judicial. Porém, o advogado afirmou que apenas coordenou o pedido, e, após a aprovação deixou o caso. Já Alan Malouf não foi localizado para comentar o assunto.

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