Deputado detona governo por manobra que adia há semanas aumento a servidores

O deputado Lúdio Cabral (PT) criticou o governo do Estado em razão da demora para a votação do projeto de lei que concede reajuste de 6,8% aos servidores públicos do Poder Judiciário. Nesta quarta-feira (12), mesmo com presença massiva dos servidores na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), um novo pedido de vista, desta vez do deputado Chico Guarnieri (PRD), adiou mais uma vez a votação do reajuste.

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É a terceira vez que a votação é adiada por conta de um pedido de vista. O já havia noticiado que na última semana, por orientação do Palácio Paiaguás, o deputado Eugênio pediu vista na CCJ. A deputada estadual Janaina Riva (MDB) também reforçou que o Legislativo já tinha conhecimento de manobras por parte de aliados do governo para arrastar o quanto possível a votação do reajuste salarial.

"É um projeto que deveria ter sido aprovado há mais de dois meses, mas o Parlamento é isso, é correlação de forças. Sabemos que o governo [estadual] não quer que aprove e eles vão utilizar os instrumentos regimentais que retardem a aprovação, mas já há uma maioria mais do que consolidada para aprovar o projeto", afirmou Lúdio.

O presidente da ALMT, Max Russi (PSB), garantiu que a votação acontecerá na próxima semana. "Vistas concedidas, avisando que é a última vista. Na próxima quarta-feira, não existirá vistas e irá à votação", ele disse. 

O Projeto de Lei nº 1398/2025 foi enviado pelo presidente do Tribunal de Justiça em setembro e está em segunda votação no Plenário. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Trabalho e Administração Pública e pela Comissão de Constituição e Justiça. O reajuste beneficia cerca de 4,9 mil servidores de níveis médio e superior, com impacto orçamentário previsto de R$ 64 milhões por ano, que representa aumento de menos de 5% na folha salarial do Poder Judiciário.

Antes da sessão, Lúdio Cabral ainda rebateu o argumento do governo de que haveria um "efeito cascata" de reajustes automáticos para os demais servidores do estado. 

"É conversa fiada, não existe efeito cascata. O que tem, é lógico e justo: uma parcela dos servidores, de maneira justa, recebe um reajuste, isso fortalece a luta dos outros Poderes e dos órgãos autônomos, o que na minha visão é positivo", pontuou o petista.