LIGAÇÕES PERIGOSAS 25.11.2025 | 13h59

pablo@gazetadigital.com.br
Secom-MT/ Reprodução
O empresário Humberto Silva, preso pela Polícia Federal, em Cuiabá, durante a Operação Paralelo Cinco, também possui contrato sem licitação de R$ 12,3 milhões com a secretaria de Estado de Saúde (SES). A ação federal investiga um esquema de desvio milionário no setor da saúde via contratos com vários municípios do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Em nota, o governo negou contrato.
Ele é proprietário do Centro de Reabilitação Psicossocial de Cuiabá (Creap) e sócio do empresário Diógenes de Abreu Fagundes, marido da deputada estadual Janaina Riva (MDB) e filho do senador Wellington Fagundes (PL). Humberto Silva foi preso no Hotel D’Lucca na capital mato-grossense.
A PF suspeita que ele estaria fugindo da operação que cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.
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O contrato com o Estado ocorreu por meio de dispensa de licitação no dia 07 de outubro deste ano, e estabelecia que a Creap disponibilizasse leitos para tratamento de saúde mental (Internação e estabilização) para o público infanto juvenil com gerenciamento técnico, administrativo, fornecimento de recursos humanos, materiais, medicamentos insumos hospitalares, insumos para terapias e demais materiais necessários com equipe multiprofissional para a operacionalização dos leitos 24 horas por dia.
Já a sociedade com Diógenes Fagundes ocorre por meio do Grupo Agora Comunicação e Investimento, do qual o filho do senador é sócio-administrador. A empresa tem ligações com vários negócios da família Fagundes, além de ser sócia do Centro De Reabilitação e Assistência Psicossocial Ltda., que pertence a Humberto Silva.
Outro lado
A SES foi procurada e questionada sobre o contrato. Ela negou que o compromisso tenha sido assinado.
"A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) esclarece que não há contrato firmado com a empresa Creaf. Houve a publicação da homologação de processo licitatório, no entanto, não há contrato assinado", diz a nota.
A reportagem não conseguiu contato com Diógenes Fagundes.
Operação
A ação foi realizada pela superintendência da PF no Rio Grande do Sul com apoio do Tribunal de Contas do Estado do RS e da CGU (Controladoria-Geral da União). Também foram executadas bloqueio de bens, sendo 14 imóveis, 53 veículos e uma embarcação, além do bloqueio de mais de R$ 22,5 milhões em contas bancárias. Outras medidas cautelares foram impostas aos 20 investigados, como afastamento de funções, suspensão de atividades econômicas, restrição de acesso a órgãos públicos e proibição de contato entre os envolvidos.
O inquérito policial, iniciado em janeiro de 2024, apurou que um grupo de empresários de Porto Alegre assumiu a gestão dos Hospitais Municipais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP. Verificou-se que, somente entre 2022 e agosto de 2025, essas instituições receberam mais de R$ 340 milhões em recursos públicos, valores provenientes de repasses municipais, estaduais e federais destinados ao custeio dos serviços de saúde.
As investigações apontam para um sistema de desvio de recursos públicos, baseado na utilização de empresas de fachada e entidades interpostas, sem capacidade operacional mínima, empregadas para emissão de notas fiscais inidôneas e ocultação da real destinação dos recursos.
Os valores repassados eram rapidamente pulverizados para dezenas de contas de pessoas físicas e jurídicas sem qualquer vínculo com os serviços contratados, beneficiando os gestores da organização social e alimentando um sofisticado esquema de ocultação e dissimulação financeira.
A decisão do Juízo das Garantias da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento ainda determinou a designação de interventores nos hospitais municipais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP. (Com informações da Assessoria)
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