NOVELA DA MOBILIDADE URBANA 27.12.2025 | 07h00

allan@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira
O ano de 2025 foi marcado por incertezas e avanços, mesmo que tímidos, nas obras do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande. Entre retomadas, paralisações, cobranças, revisões de contratos e até avaliação de possível troca de modal, o projeto foi alvo de críticas e mudanças.
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) chegou a sugerir a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar a demora na entrega do transporte. Contudo, a ideia não foi adiante. Em janeiro, houve forte pressão sobre o andamento das obras. O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, alertou para risco de novos atrasos e iniciou um acompanhamento intenso com fiscalizou in loco no modal.
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Contudo, fevereiro foi um dos meses mais turbulentos. Após críticas ao Consórcio BRT, o governador Mauro Mendes (União) oficializou o cancelamento do contrato com a empreiteira até então responsável pela implantação do modal. A medida já vinha sendo ventilada pelo chefe do Executivo Estadual diante de lentidão no andamento da obra orçada em R$ 468 milhões.
Após um mês de negociações e serviço paralisadas, o governo do Estado e o Consórcio BRT firmaram um acordo para concluir parcialmente parte do projeto, no trecho entre a entrada do bairro CPA, até próximo ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA), na avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), em 5 meses.
Diante das chuvas, o prazo se esticou um pouco mais. Contudo, o trecho foi entregue. O governo então passou a detalhar novos cronogramas, prometendo entregas segmentadas e reforçando que o modal seria concluído, mesmo diante de críticas.
Em abril, o governo anunciou avanços importantes na região do Porto e da Prainha, com novas frentes de trabalho. O TCE chegou a recomendar que as obras fossem realizadas no período noturno. Contudo, a Secretaria de Infraestrutura apontou desafios para “tocar” as obras sem luz natural.
No mês de junho, obras de estruturação de pavimento e montagem de bases para estações avançaram, enquanto moradores continuaram enfrentando interdições longas e mudanças de fluxo em bairros como Morada do Ouro e CPA. Em julho, parte das intervenções foi afetada por problemas de drenagem detectados em dias de chuva intensa. A prefeitura cobrou soluções rápidas, e o governo se comprometeu a revisar contratos para evitar danos futuros. Trechos do CPA e da FEB passaram por revisões nos canteiros e ajustes no pavimento.
Já o mês de agosto foi marcado pela abertura de novos editais para construção das estações e por audiências públicas que discutiram valores, alterações no projeto e a previsão de entrega final. Em outubro, o secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Padeiro, foi convocado a prestar esclarecimentos sobre o modal na Assembleia Legislativa (ALMT). Na ocasião, ele garantiu que todas as obras do BRT em Cuiabá e Várzea Grande serão concluídas até julho de 2026. Também anunciou a licitação para iniciar obras na avenida Fernando Corrêa com previsão de 12 meses para conclusão.
Novo modal
Em outubro, a possibilidade de substituir o atual Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) pelo Bonde Urbano Digital (BUD) também gerou polêmica e dúvidas entre a população. A ideia foi levantada pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), após viagem ao Paraná, primeiro estado da América do Sul a testar a tecnologia.
A polêmica gerou preocupação entre os cuiabanos, considerando o histórico do transporte coletivo na cidade. O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), previsto para a Copa de 2014, nunca foi concluído e os trens acabaram vendidos ao governo da Bahia.
Apesar do temor, a justificativa foi de que o BUD poderá utilizar a mesma pista que está sendo construída para o BRT, sendo a principal diferença o modelo mais moderno e tecnológico, que mantém semelhança estética com o ônibus rápido.
Mudanças de pista
Já em novembro, o governo de Mato Grosso anunciou o recuou da concretagem integral das pistas onde irão circular o BRT em Cuiabá. O Estado anunciou que agora as vias receberão pavimento flexível, mesmo tipo de asfalto utilizado na construção da pista do autódromo do Parque Novo Mato Grosso.
A medida foi recebida com críticas por parte de alguns vereadores, que questionaram a qualidade do pavimento e apontaram uma espécie de manobra para encurtar a obra já atrasada.
Apesar dos impasses, o ano finaliza com 5 frentes de trabalho simultaneamente em diversos pontos de Cuiabá, com intervenções que incluem novas camadas de asfalto, drenagem, terraplanagem e ajustes de infraestrutura. Os serviços se concentram nos trechos entre a Defensoria Pública e o viaduto da Sefaz, entre o CREA e a rua Voluntários da Pátria, e da Praça Ipiranga ao Ginásio do Colégio São Gonçalo, além da Avenida XV de Novembro e da região próxima ao Shopping Popular. A expectativa, segundo a Sinfra, é entregar todas as etapas até julho de 2026.
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