Max descarta ratear orçamento da AL para custear Santa Casa; ‘Isso é obrigação do governo’

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Max Russi (PSB), rejeitou a ideia do vice-presidente da Casa, Júlio Campos em reduzir o orçamento do Legislativo e Judiciário para que juntos consigam comprar o prédio do Hospital Estadual Santa Casa, empenhorado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para pagamento de dívidas trabalhistas. De acordo com o presidente, não é função da Assembleia, buscar a salvação do hospital e compete apenas ao Governo do Estado.

Em entrevista à imprensa, nessa quarta-feira (17), o deputado explicou que o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), garante uma solução para o Hospital Santa Casa. Por isso, acredita que a sugestão de Júlio em fatiar o orçamento, realizar shows sertanejos ou pedir doações a empresários como inadequada. Além disso, vê a medida como solução temporária sem definições concretas.

“O governador disse que tinha uma solução para o Santa Casa, sigo acreditando na palavra dele. Estou confiante nisso, não deve funcionar como o Santa Casa, mas deve seguir como unidade de saúde. Acho interessante não fechar, se o governo tem solução, que seja dada. É uma obrigação do Poder Executivo. A gente fazer um rateio, tampar o sol com a peneira, por um ou dois meses, precisamos de algo definitivo, concreto e que tenha vigor e efetividade. Não é obrigação de empresário, ou Assembleia, bancar essas coisas. Não é nossa função. A solução tem que ser buscada”, disse o presidente da Casa.

Como amplamente divulgado pelo , o futuro do Hospital Santa Casa segue incerto. Com um primeiro leilão realizado em 27 de agosto, concluído sem nenhum interessado, os trabalhadores e pacientes temem o desmonte da unidade médica centenária com a chegada do Hospital Central, construído pelo governo estadual na capital.

No início desse mês, o TRT determinou a intimação da comissão de credores para que, se manifestassem nos autos, requerendo o que entender de direito, para o prosseguimento da execução. No leilão, o valor mínimo para ser pago pelo imóvel é de R$ 54,7 milhões, equivalente a 70% do valor de avaliação atual, R$ 78,2 milhões.

Inicialmente, o edital exige que montante arrecadado seja utilizado para o pagamento dos processos trabalhistas e fiscais, com débitos acumulados em torno de R$ 48 milhões.

O imóvel da Santa Casa está situado na Praça do Seminário, 141, bairro Bandeirantes, em Cuiabá, e possui terreno com cerca de 22 mil metros quadrados e área construída de 20 mil metros quadrados. Parte do imóvel encontra-se sob requisição administrativa do Estado de Mato Grosso desde 2019, sendo utilizado como Hospital Estadual Santa Casa. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a desocupação do imóvel está prevista para dezembro de 2025.