afastado do cargo 25.03.2021 | 10h56

pablo@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira
Atualizada às 17h33 - O delegado Flávio Stringueta afirmou que a sua saída da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), após criticar o Ministério Público de Mato Grosso (MP) em um artigo de opinião, gerou um ‘lucro’ de R$ 30 milhões à Policia Judiciária Civil (PJC). Ele foi afastado do comando da GCCO e ainda não foi realocado. Diretoria da Polícia Civil enviou nota no fim da tarde desta quinta-feira (25).
Segundo Stringueta esse valor foi depositado logo após o seu afastamento. “Tem colegas que comentaram que a minha cabeça custou R$ 30 milhões que foi depositado há pouco tempo, depois do artigo e do meu afastamento”, disse em entrevista à rádio Vila Real nesta quinta-feira (25).
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O valor citado pelo delegado foi repassado por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) através do MP. E que o seu afastamento ocorreu para evitar que os repasses que a Polícia Civil recebe através de TACs não fossem prejudicado.
“A polícia não tem orçamento próprio e tem que ficar passando o pires para receber migalhas do governo e com a participação e o auxílio do MP. A polícia está conseguindo muitos avanços, como por exemplo, a nova sede Polícia Civil que vai custar R$ 30 milhões”, explicou.
Flávio Stringueta disse que se sentiu arrasado com a sua saída da GCCO e que não esperava alguma retaliação por conta do artigo. “Os diretores diziam ser meus amigos. Foi uma decisão precipitada porque não tinha como saber se teria algum problema na relação com o Ministério Público".
Corredor
Atualmente o delegado se encontra de licença médica, por conta de uma doença autoimune, e aguarda ser chamado pela direção para saber onde atuará dentro da polícia. “Hoje eu estou no que chamamos de corredor. Ou seja, não tenho nenhum cargo e nenhuma lotação por enquanto”.
“Quando eu fui tirado da GCCO, que foi uma situação muito desagradável, eles não me disseram pra onde eu iria. Que eu só estaria à disposição da diretoria”, completa.
Stringueta foi desligado da GCCO em 1º de março, após repercussão do seu artigo de opinião, em que critica duramente o Ministério Público. No artigo, o delegado faz menção ao fato do MP comprar 400 aparelhos smartphones por R$ 2,2 milhões. Só para Iphone serão gastos R$ 1,6 milhão. Mesmo depois da repercussão negativa, ele divulgou mais dois artigos fazendo novas críticas ao Ministério Público.
"Semanas atrás, o Brasil inteiro foi surpreendido com várias publicações dizendo que o nosso MPE/MT, cada promotor de 'justiça', receberia um smartphone de última geração", escreveu no primeiro artigo.
"Virou notícia, e vergonha, nacional. O que se esperaria dos promotores, ou seus líderes, ou do inconsequente idealizador desse absurdo? Que não tivessem feito. E, como já tinham feito, que pedissem desculpas à sociedade pelo erro e sumissem de cena. Mas não. Continuaram. Irão receber os tais aparelhos, como se não tivessem condições de ter algo assim para trabalhar e se comunicar. Uma juíza assim autorizou", continuou em seu texto.
Outro lado
A reportagem solicitou um posicionamento da Polícia Civil sobre a acusação do delagado, mas ainda não obteve resposta.
Nota de esclarecimento
A Diretoria da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso esclarece que em relação às declarações feitas pelo delegado Flávio Henrique Stringueta e veiculadas em veículos de comunicação, nesta quinta-feira (25.03), não expressam a realidade dos fatos.
O delegado ocupava um cargo em comissão que por sua natureza é de livre nomeação e exoneração e a saída da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), não tem relação com a construção da nova sede, cujas tratativas iniciaram no ano de 2017.
O valor de R$ 30 milhões destinado às obras é proveniente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) resultante de investigações realizadas pela Polícia Civil no combate à corrupção. O recurso foi obtido junto ao Ministério Público Estadual, por meio Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), após ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
O TAC foi oficialmente firmado em 2020 e o recurso depositado em duas parcelas, sendo a primeira de aproximadamente R$ 5 milhões e a segunda de R$ 25 milhões, no mesmo ano. Os valores foram depositados em conta judicial e após o deferimento do Poder Judiciário, foi realizada a transferência para uma conta da própria Polícia Civil.
A Polícia Civil destaca que até o presente momento, foram mais de quatro anos de trabalho e negociações, envolvendo vários servidores da instituição e também parcerias com o Ministério Público e Poder Judiciário e que em momento algum o delegado fez parte das tratativas de aquisição de recursos para nova sede, nem direta, nem indiretamente.
A Polícia Civil esclarece que o artigo e as matérias consequentemente repercutidas sobre a publicação refletem exclusivamente a manifestação pessoal do delegado e tais opiniões não expressam correlação com as ideias e valores da direção da Polícia Civil.
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Ismaelbrunno - 25/03/2021
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