omissão permite avanço de facções 18.11.2025 | 13h06
reda
Allan Mesquita/ GD
O vereador Daniel Monteiro (Republicanos() afirma que a violência nas escolas é “reflexo de uma sociedade adoecida” e resultado da omissão do Estado. Para ele, a ausência de atenção aos menores e a falta de políticas públicas de educação e cultura contribuem para o avanço de facções criminosas. Essas facções, segundo o vereador, oferecem a segurança e a assistência que não são garantidas pelo poder público.
O vereador tem uma percepção trágica para o longo prazo, caso o cenário perdure. “Ou prende 90% da população ou investe em políticas públicas para que ela não seja recrutada pelo crime”, pontuou na manhã desta terça-feira (18).
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Na última semana, dois alunos de uma escola estadual de Rondonópolis (215 km ao Sul de Cuiabá) foram esfaqueados por um colega no pátio da instituição. O menor agressor entrou na escola com um canivete fornecido por um comparsa e atacou ambos sob a justificativa de ser vítima de bullying. No entanto, este não é um fato isolado. Meses atrás, a agressão a um menor por um grupo de estudantes foi filmada e publicada. As autoras diziam pertencer a uma facção criminosa.
“Não é à toa que a gente vai em bairros periféricos e a gente vê o Comando Vermelho, ou o PCC, falando de São Paulo, levando o brinquedo para a criançada, distribuindo picolé nos finais de semana, fazendo projeto social de esporte. Eles estão entrando, fazendo aquilo que o Estado deveria fazer”, argumentou o parlamentar.
Em seu discurso, ele citou os anos em que viveu em Campinas (SP), onde era proibido fazer barulho depois das 22 horas. “Não é o Estado que proíbe isso. Quem proíbe isso é o crime organizado, e a população agradece”, alegou.
O legislador afirma que a violência vista agora é “cultivada” por anos de desigualdade, falta de assistência e dignidade à população. É um quadro visto não só em Mato Grosso, que tem o contraste de cidades muito ricas e outras de extrema pobreza e crescimento estagnado.
“Então, eu vejo tudo isso como um resultado de um processo de décadas de omissão do Estado Nacional Brasileiro e que não vai ser resolvido com demagogia. No curto prazo, é óbvio que a gente precisa ter força policial. No curto prazo, é óbvio que a gente precisa ter repressão. É o vagabundo que tem que ter medo do Estado, não o Estado que tem medo do vagabundo”, frisou.
Ele cita como exemplo do avanço de facções o Rio de Janeiro, que possui áreas dominadas onde “estranhos” não podem entrar.
“Ou a gente vai ter que prender 90% da população, ou a gente vai ter que rever todas as políticas públicas de promoção de cultura, de esporte e de educação para que a nossa população pare de ser recrutada pelo crime”, destacou.
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