cop30 22.08.2025 | 15h06
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (22) que a realização da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) em Belém (PA), em novembro deste ano, serve para mostrar a realidade da Amazônia. Além disso, ele cobrou compromisso e ações efetivas dos países participantes, bem como criticou discursos e acordos climáticos que não são cumpridos. Segundo o presidente, se fosse para o cenário se repetir, seria mais fácil que a conferência fosse realizada em um país rico.
“Temos propostas interessantes, estamos propondo um fundo para manter a floresta de pé, e eu quero ver qual é o país que quer contribuir para a gente manter a floresta, os trabalhadores e os indígenas vivos. É isso que nos interessa nessa COP30. Fazer dessa COP30 a COP da verdade. Senão, é mais importante fazer outras coisas do que gastar uma fortuna para fazer as COPs e, depois, o resultado ser quase zero”, criticou.
O presidente ainda disse: “Seria mais fácil fazer a COP em um país rico. Estamos fazendo na Amazônia, em situações [que] não são como Paris, Dubai e não vai ser como em nenhum dos lugares chiques. Porque a gente quer que as pessoas vejam a real situação das florestas, dos nossos rios, dos nossos povos que moram lá, para saber que temos uma tarefa quase que hercúlea para cuidar dessas questões climáticas”.
As declarações de Lula foram feitas na 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), em Bogotá, na Colômbia. O grupo é formado pelos oito países sul-americanos que compartilham a Amazônia — Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Além de Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, participou do evento, bem como representantes das demais nações.
A expectativa é de que a reunião gere dois documentos principais: uma declaração conjunta e um comunicado de apoio ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), fundo internacional idealizado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas tropicais.
Combate ao narcotráfico
No discurso, o presidente colombiano afirmou que um dos desafios de se manter a floresta viva, além das mudanças climáticas, é o combate ao narcotráfico e aos grupos criminosos.
Lula adiantou, logo em seguida, que em setembro vai inaugurar um Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia.
“No dia 9 de setembro, nós vamos inaugurar na cidade de Manaus, no Amazonas, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, onde estarão participando todos os países, e eu vou convidar pessoalmente todos os presidentes dos países amazônicos para comparecer a esse ato. [O centro] será muito importante para combater o garimpo ilegal, o contrabando, o tráfico de armas”, frisou.
Ainda sobre a COP, no entanto, Lula admitiu a dificuldade das negociações. “Precisamos calibrar o que vamos querer nessa COP30. De um lado, você tem as pessoas que querem fazer, mas não tem dinheiro. Do outro lado você tem as pessoas que não querem fazer e que tem o dinheiro. E toda cúpula termina em uns pedindo e outros negando. É importante que a gente esteja preparado para fazer dessa COP a COP mais séria já realizada de todas as COPS, e que a gente faça uma COP que seja considerada uma COP da verdade, onde cada um vai dizer se acredita efetivamente no que está acontecendo no planeta”, afirmou.
“Porque o dado concreto é que toda COP que a gente vai, tomamos muitas decisões e depois elas não são executadas. Poucos países se matam para tentar cumprir as decisões, outros não dão a menor importância, e outros, depois que termina a COP, negam a assinatura de acordos. O que foi feito com o protocolo de Kyoto? Nada. O que foi feito com o protocolo de Paris? Pouca gente cumpriu. O que foi feito com a decisão da COP15 de dar 100 bilhões dólares por ano para ajudar a preservar as florestas? Nada. É importante que a gente tenha clareza de como é que a gente vai se portar nessa COP”, criticou o brasileiro.
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