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24.07.2014 | 10h56

Planeta dos Macacos estreia na bilheteria nacional

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Contemporâneo de 2001 - Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, o primeiro Planeta dos Macacos foi considerado um marco da ficção científica adulta no cinema.

O curioso é deveria ter surgido quatro anos antes, em 1964, e em outro estúdio. Ocorre que a Warner se assustou com o orçamento e desistiu.

Foi preciso todo esse tempo para que o produtor Arthur P. Jacobs costurasse um novo acordo com a Fox.

Saiu o diretor original, Blake Edwards - sim, o criador da Pantera Cor de Rosa e do Inspetor Clouseau -, que teve, com um colaborador, a ideia do desfecho na Terra, com a Estátua da Liberdade. Entrou Franklin J. Schaffner, que manteve a estátua, e o resto foi o acréscimo de Charlton Heston, que improvisou e disse o diálogo tal como está no clássico de 1968.

Tudo isso é história - O Planeta dos Macacos teve quatro sequências, virou série, teve um remake - bem ruinzinho - de Tim Burton no começo dos anos 2000, e voltou agora com duas aventuras que dão marcha à ré. Depois de Planeta dos Macacos - A Origem, de Rupert Wyatt, chega Planeta dos Macacos - O Confronto, de Matt Reeves.

Há duas semanas o filme ocupa o topo das bilheterias nos EUA e alimenta debates sobre o insumo de violência na série.

A cena inicial é brutal - uma armação de filme de guerra, com os macacos perfilando-se para o combate. Não, ainda não é o confronto com os humanos.

O início é uma caçada ao veado na floresta próxima a São Francisco, onde os macacos construíram sua civilização, após o colapso da humanidade pela peste símia, criada em laboratório e que se alastrou como praga.

A cena é impactante e vai num crescendo - surge um urso, o macaco fica acuado e, no limite, surgem os assustados humanos, que receberão de César, o macaco falante do primeiro filme, a permissão para regressar à antiga base militar em que a frágil humanidade está sitiada. A situação é periclitante.

Os humanos não têm energia e dependem do funcionamento da represa que o grupo de Malcolm (Jason Clarke) descobriu na floresta. Malcolm e César respeitam-se, mas de ambos os lados há os que acreditam e investem no confronto.

A violência corre solta e o diretor Reeves já disse que bebeu na fonte de - quem? - Fernando Meirelles, exortando o espectador a identificar a cena inspirada em City of God, Cidade de Deus.

Foram necessários todos esses anos - e filmes - para o macaco chegar à conclusão de que macacos e homens não são, afinal, tão diferentes. Assim como o personagem de Gary Oldman do lado dos humanos, o lugar-tenente de César trai seu comandante e ainda arrasta o filho de César na escalada de violência.

E chegamos à reversão da reversão. Em 1968, o objetivo da adaptação do livro de Pierre Boulle era confrontar o espectador com a escalada do militarismo que marcara a década. Stanley Kubrick já alertara contra a bomba em Doutor Fantástico e a frase veemente de Taylor/Charlton Heston é Eles conseguiram.

Eles, os militares, que terminaram por provocar o apocalipse.

Das cinzas da civilização construiu-se o mundo dos macacos e, agora, o que Matt Reeves mostra é que os próprios macacos transgrediram a regra básica de sua civilização - Macaco não mata macaco - e estão produzindo o novo apocalipse.

Mais do que no confronto, Planeta dos Macacos termina em suspenso, e outro episódio deve vir por aí, ainda mais com o rio de dinheiro correndo nas bilheterias.

O interessante é que o filme começa sem diálogos, demorando bastante até a primeira fala.

Mas, depois, macacos e homens não param de falar. César e Malcolm são homens de família, voltados ao diálogo, num mundo de fanatismo em que a palavra é aviltada por meio de provas forjadas (a maneira como Koba, o segundo de César, tenta fazer crer que foram os humanos que atacaram o líder).

Crer ou não crer - em macacos falantes que criam um novo mundo. É mais ou menos como os robôs alienígenas do bem versus os do mal na série Transformers, de Michael Bay, e o quarto filme da franquia, A Era da Extinção, só não é disparadamente o melhor porque a batalha final é massacrante (as cenas em Monument Valley, em contrapartida, são magníficas).

Na entrevista que deu ao jornal O Estado de S.Paulo, Bay falou do tempo e do dinheiro investidos na humanização de Optimus Prime e seus Autobots, para dar expressão e mobilidade aos rostos.

As máscaras do velho Planeta dos Macacos (de Schaffner) valeram a John Chambers o Oscar de maquiagem.

Isso é passado - Desde A Origem, César e seus comandados são produtos das avançadas técnicas de motion capture que Peter Jackson introduziu em O Senhor dos Anéis.

Andy Serkis, que já criara o Gollum, é de novo prodigioso como César. Um dos atores menos conhecidos do mundo, ele permanece quase anônimo escondido atrás dos jogos de máscaras que os diretores desenvolvem para ele.

Com Serkis, a arte da interpretação já chegou ao futuro, e só a Academia de Hollywood ainda não percebeu isso, caso contrário ele já teria recebido o Oscar.

Pelo Gollum, pelo rei Kong ou agora por César. E há a trilha de Michael Giacchino. Como Reeves, o diretor de Cloverfield, Giacchino é cria do produtor e diretor JJ Abrams.

Sobre a trilha original de Jerry Goldsmith, ele compõe uma partitura rica em nuances, do épico ao intimismo. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo) 

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