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Cuidado e afeto 14.08.2025 | 17h10

Pais declaram conexão 'inexplicável' e desejo de dar o amor que não tiveram

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Ana Clara Abalém - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Arquivo Pessoal

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Dentro de uma cultura de ausência paterna e acúmulo de funções das mães, alguns homens parecem decididos a mudar esse cenário e se mobilizam para compartilhar o cuidado dos filhos. Com o avanço das discussões sociais, mesmo aqueles que não tiverem o pai presente, participam da rotina das crianças e rompem com esse ciclo de abstenção. Comemorado nesta quinta-feira (14), o Dia da Conscientização Sobre a Paternidade Responsável convida a reflexão sobre o compromisso, cuidado e o vínculo familiar.

 

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Natural de Dom Aquino (166 km ao sul de Cuiabá), Clebson da Silva, 49, cresceu sendo criado por uma mãe solo, com mais 3 irmãos. Ao , o bombeiro relembra que a matriarca trabalhou em garimpo, como doméstica e em fazendas para sustentar a casa e os filhos.

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Clebson da Silva

 


“Foi uma infância com muita privação. Apesar da situação difícil que minha mãe teve, de não ter um recurso, um auxílio conjugal, ela conseguiu dar todo o suporte de alimentação e moradia. Não tivemos um afeto paterno, nem um afeto direto materno, devido às ocupações que minha mãe tinha, para adquirir recursos para cuidar de mim e dos meus 3 irmãos”, relembra.


Diante da ausência, Silva sempre teve em mente que gostaria de ser o pai que nunca teve. O mato-grossense cultivou o ideal de que um bom pai é aquele que procura prover para família, é ativo na educação dos filhos e se mantém presente na rotina e momentos importantes.


Aos 20 anos, ele conheceu a esposa, já falecida, com quem teve 2 filhos. Quando descobriu sobre a gestação, se lembra do sentimento de realização com a conquista.


“Eu consegui superar toda a dificuldade que tive no passado, de privação de afeto. Já comecei a ter afeto de saber que dentro do ventre da minha esposa tinha uma criança”, acrescenta.


Hoje em dia, com as conquistas dos filhos, formados em cursos superior e já constituem suas famílias, o sentimento que fica para o bombeiro é de orgulho.


“O que mais me satisfaz é que eles me vêm como um bom pai, eles me escutam, são educados. Me dão só orgulho e me respeitam muito. Ser pai é alma do homem. O homem que presa por uma sociedade justa, fraterna e solidária, é o fruto do trabalho que você realiza a vida toda”, finaliza.


O jovem Thomaz Henrique Josetti, 23, se tornou pai há um ano e também cresceu sem a presença do genitor. Apesar da pouca experiência como pai, ele já vê o vínculo especial que está construindo com o filho e como a ausência influencia na maneira que conduz a paternidade.

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Thomaz Henrique Josetti

 


“Vejo algumas coisas que passei e, com certeza, não quero que ele passe por isso. Eu tento dar o meu máximo para ser bem mais presente, não só estar perto, mas de ter momentos importantes, brincar com ele. Isso influenciou muito a minha infância, eu não que com ele seja igual, não quero repetir isso”, comenta o rapaz.


Josetti lembra o sentimento de euforia e nervosismo durante o parto da mulher e como esse vínculo com o bebê vai se fortalecendo com o passar do tempo.


“Cada dia que passa a gente fortalece cada vez mais nosso laço de pai e filho, isso é algo que dá para sentir. É uma conexão que não sei explicar, espero que ele seja feliz, espero dar a oportunidade de ele ter as escolhas dele, os pensamentos”, pontua.


Apesar de ser presente e compartilhar os cuidados com sua companheira, ele ainda enxerga que a mãe fica encarregada de mais funções, muitas vezes por não conseguir se ausentar do trabalho. O jovem trabalha com informática e já teve problemas para acompanhar o filho durante consultas em horário comercial, sendo questionado se a esposa não conseguiria levá-lo sozinha.


“Eu tento ser presente da minha forma. Até certo ponto, eu consigo ajudar ela com certa igualdade. Mas acho que algumas empresas não são tão flexíveis, a gente acaba sendo prejudicado por querer fazer o básico. Isso é um pouco bizarro, mas é infelizmente a realidade que a gente vive. Existem muito esses limites que impedem de ser ainda mais participativo, e esses cuidados com os filhos ainda caem muito nas costas das mulheres”, finaliza.

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