Áudio de diretora da Santa Casa denuncia falta de qualidade no atendimento

Atualizada às 11h08 do dia 9 de de julho - O ator André D’Lucca publicou nesta quinta-feira (8), um áudio atribuído à diretora-geral do Hospital Santa Casa, Patrícia Neves, expondo a falta de empenho de funcionários implicando na qualidade do atendimento aos pacientes. No áudio,  coloca em xeque a própria conduta dos profissionais da saúde do hospital. Secretaria de Saúde se posicionou por meio de nota. 

A denúncia ocorreu após D’Lucca afirmar que foi processado pelo governo estadual, ao denunciar que seu irmão, Benedito Wilson, faleceu no hospital por conta de erro médico, no dia 18 de abril.

A família de Benedito apontou omissão de documentos e negligência nos cuidados, além de uso de medicação errada, que pode ter provocado a morte do homem. O ator disse que a indenização que deverá pagar ao hospital é R$ 50 mil, por calúnia.

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No áudio, Patrícia está reunida com os funcionários. Indignada, ela chama a atenção de todos, afirmando que o atendimento do hospital está precário. A diretora conta que perdeu um tio no dia anterior, por conta da covid-19, internado na Santa Casa.

 
Ela chega a duvidar da qualidade do trabalho dos funcionários. "Coloco em xeque todos os profissionais aqui hoje. Com conduta, com comida, com higienização, com tudo. Porque estou vivendo essa realidade. E não estou feliz com a perda do meu tio aqui dentro”, disse.

 
Para citar um exemplo de falta de cuidado médico, Patrícia afirma que pacientes diabéticos estão recebendo alimentação indevida. "Gente, tem gente que é diabético lá dentro e comendo coisa que não é pra comer. Tem gente que não está fazendo identificação".

Ela afirma que está exausta e “toma paulada” todo dia para dar conta de gerir o hospital, e que os demais profissionais não se importam com a qualidade de atendimento.

 
“Todo dia é a mesma reclamação. É boletim, é álcool que falta, é limpeza que está errada, é CCH que não está dando conta. Tá errado! Eu estou tomando paulada todo dia!”.

Inclusive, diz que à noite o hospital “está abandonado”. “O serviço está deficiente, o serviço está errado. Não adianta tacar pau na enfermagem, porque eles são inúmeros. Sempre vão levar. A fisioterapia está ruim, está péssima, posso falar com categoria. Está todo mundo ruim”.

 
Estarrecida com a falta de comprometimento dos profissionais, Patrícia ainda cita que eles estão na zona de conforto, que só vão sentir a pandemia na pele quando perder um ente para a covid-19, como ocorreu com ela.

 
“Tem muita gente aqui que já saiu da zona de conforto, ou vocês estão esperando um ente querido cair aqui e morrer, igual o meu tio, pra vocês tomarem atitude? É isso que estão esperando? Hoje passei do meu limite, não queria estar tendo essa conversa com vocês, no nível que eu estou tendo”.

Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), sobre o contexto da reunião, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. Assim que encaminhada, será acrescentada na matéria.

Um dias após a divulgação da matéria, a assessoria da SES enviou nota à redação

Nota de esclarecimento 

O governo de Mato Grosso esclarece que: 
É um dever de todo gestor público melhorar a performance e os resultados, e cobrar dos seus colaboradores mais empenho no atendimento ao nosso principal cliente que é o cidadão.

Ouça o áudio na íntegra