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Mandante está solto 02.09.2019 | 07h16

Assassinato de juiz completa 20 anos sob contradições e mistério

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EDSON RODRIGUES

EDSON RODRIGUES

No feriado de 7 de Setembro, a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral completa 20 anos. Até agora o acusado de ser mandante da execução, o empresário Josino Guimarães não foi sentenciado e segue com recurso contra novo júri, exigido pelo Ministério Público Federal (MPF).

 

Leia também - PGR cita contradição e quer novo júri de empresário acusado de matar juiz

 

Em 2011, Josino sentou no banco dos réus e foi absolvido pelos jurados. Apesar do Conselho de Sentença o ter reconhecido como mandante do crime, no momento de votar pela culpa ou inocência, a absolvição prevaleceu.

 

Essa contradição dos votos fez com que o Ministério Público Estadual (MPE) pedisse a nulidade do mesmo. O julgamento foi cancelado e o réu apelou à instância superior contra novo júri. O recurso está no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda decisão do ministro Marco Aurélio. O MPF foi contra o pedido do acusado e que, sim, novo julgamento.

 

Josino Guimarães foi preso pelo crime e solto meses depois. Posteriormente foi preso por obstrução da Justiça e condenado a 7 anos. Ele e demais acusados mantinham versão de que o magistrado estaria vivo. Houve rumores de que vivia no exterior.

 

Por um tempo, Josino usou tornozeleira eletrônica, mas agora não cumpre nenhuma cautelar.

 

O caso
Em 1999, Leopoldino era juiz no fórum de Cuiabá e denunciou esquema de venda de sentenças envolvendo juízes e desembargadores do Judiciário mato-grossense. Josino foi acusado de ser o intermediador no comércio das decisões entre advogados e magistrados.

 

Além da comercialização de decisões, a vítima acusou os colegas de Tribunal de nepotismo e envolvimento com traficantes.
O caso ganhou repercussão nacional e Leopoldino foi convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, que investigou denúncias de irregularidades em todo o país. O juiz foi morto logo após seu depoimento na CPI que teve início em abril de 1999 e terminou em novembro daquele ano.

 

O juiz estava desaparecido há alguns dias, quando o corpo foi encontrado em uma estrada vicinal, perto de Concepcion, no Paraguai. O cadáver tinha marcas de tiro na cabeça e estava parcialmente queimado. Ao lado, foram encontrados documentos no juiz.

 

Logo a desconfiança sobre o autor do homicídio recaiu sobre o empresário, que foi preso pelo crime e julgado 12 anos depois. Também foram presos acusados de envolvimento ex-escrevente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Beatriz Árias, que foi condenada a 12 anos, em 2001.

 

O tio dela, Marcos Peralta, autor dos disparos morreu na prisão, de diabetes, em 2005. A ex-servidora negou o crime e sustentou que corpo localizado não era do juiz. Afirmava que ele estava vivo e morando no exterior.

 

O delegado responsável pelo caso, Marcio Pieroni , foi preso em 2011 e condenado a 15 anos por tumultuar a investigação. Ele foi exonerado do cargo por inventar que o juiz estaria vivo, confirmando a versão de Beatriz.

 

As versões sobre o paradeiro do juiz fizeram com que o corpo localizado fosse exumado duas vezes e comprovado que os restos mortais eram mesmo de Leopoldino.

 

Desvio
O juiz foi investigado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça de desviar R$ 2 milhões de depósitos judiciais referentes a ações da Vara de Sucessão Familiar, da qual era titular. Consta que ele autorizou vários saques em nome de servidoras do seu gabinete.

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Comentários

Rogério Fúlvio Romano - 20/04/2020

Esse comentário final, é de que juiz afinal!!!??? "Desvio O juiz foi investigado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça de desviar R$ 2 milhões de depósitos judiciais referentes a ações da Vara de Sucessão Familiar, da qual era titular."

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