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crime no shopping popular 12.11.2025 | 19h10

MP exibe selfie de réus sorrindo 3 horas após os assassinatos e áudios reforçando vingança; 'O que ele fez com meu filho, pagou'

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Josi Dias / TJMT

Josi Dias / TJMT

A promotora de Justiça Élide Manzini de Campos, refutou os depoimentos de Jocilene Barreiro da Silva, Vanderley Barreiro da Silva e Sílvio Júnior Peixoto durante o Tribunal do Júri pelas mortes do lojista Gersino Rosa dos Santos e o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, mortos em novembro de 2023 no Shopping Popular. Com base em extração de dados dos celulares dos réus, a promotora aponta que Silvio teria recebido, sim, R$ 10 mil para cometer os crimes, Vanderley não teria tentado impedir a execução no último minuto, como alegou em depoimento, e Jocilene teria comemorado a morte de Gersino.


Élide Manzini detalha que o assassinato de Girley Silva Filho, vulgo Maranhão, irmão de Vanderley e filho de Jocilene, ocorreu 15 dias antes das execuções de Gersino e Cleyton. Ela explica que, após a instauração do inquérito, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) tentou contato com o irmão da vítima, porém ele disse que não tinha interesse na investigação e desligou, narra a promotora. Segundo ela, a investigação não avançou porque a família decidiu fazer "justiça com as próprias mãos".


N sessão, Manzini confronta a versão de Vanderley e afirma que ele teria sim oferecido e pago R$ 10 mil a Sílvio para que cometesse o crime e os dois se conheceram em Uberlândia, durante negociações de veículos. Segundo a promotora, após a morte do irmão, Vanderley telefonou para Sílvio e encomendou o crime, proposta aceita. Sílvio então viajou de ônibus até Campo Grande, no dia 22 de novembro, com as passagens pagas por Vanderley via Pix. Na audiência, ela exibe dois comprovantes de transferência, que somam R$ 329, destacando que os documentos constam nos autos do processo.


Em tom incisivo, a promotora questiona: “Será que o senhor acha que os jurados são burros? Vieram os 3 de Campo Grande para Cuiabá e ele ficou ligando, depois, e pedindo para não matar Gersino?”


O Ministério Público relembra os detalhes do momento dos assassinatos. Sílvio teria se aproximado pelas costas e efetuado dois disparos contra Gersino, sendo que um deles atingiu a vítima Cleyton, que estava em sua frente. Na sequência, exibe as imagens captadas pelas câmeras de segurança, que registraram o momento da execução e pede desculpas à família das vítimas, mas ressalta a importância de reviver os fatos durante o julgamento.


Mandantes e assassino sem remorso
A promotora também exibe uma foto extraída do celular de Vanderley, na qual ele e Sílvio aparecem sorrindo e fazendo uma selfie menos de 3 horas após os assassinatos. “Essa feição denota que ele estava muito triste e infeliz”, diz, em tom de ironia, sugerindo que os jurados observem atentamente as imagens. “Eu disse que a versão de Vanderley era para dar risada. Isso depois do crime… é porque ele tinha sido coagido?”, questiona.


Na sequência, exibe transcrições de áudios. Um deles, gravado no dia 23 de novembro, data do crime, mostra Vanderley chamando um interlocutor de “compadre”, às 10h59. Pouco depois, às 13h53, ao compadre, ele afirma que estavam indo embora e descreve que “o tiro foi bem de perto”. Ainda no mesmo dia, Vanderley enviou uma mensagem de áudio após as 20h, dizendo ao amigo que ‘Gersino não iria comer mais arroz com feijão’.


A promotora também contesta a inocência de Jocilene, argumento do filho Vanderley de que a mãe não teria envolvimento com o ocorrido. “A maldade não tem idade. Não tem rosto. As investigações deixam clara a conduta dela. Ela estava a todo momento questionando se iria dar certo. A gente não se atenta a uma mãe dolorida”, disse.


O MP destacou que Jocilene chegou a aparecer em uma selfie e, posteriormente, apresentou transcrições de mensagens nas quais ela fala sobre vingança: “O que ele fez com meu filho, pagou”, teria dito.

 

Descarta ameaça para o cometimento do crime
Já sobre a conduta de Sílvio, a promotoria lembrou que foi contratado por R$ 10 mil e rebateu a alegação de que teria sido coagido por Vanderley. “Foi mediante pagamento, sim. Vieram juntos para Cuiabá. Ele veio porque iria receber. Aqui, a motivação ficou clara.”


Em seguida, o MP apresentou um relatório extraído do celular de Sílvio, onde há uma foto de uma arma, e leu a transcrição de uma conversa em que ele afirma a um amigo ter “matado dois” e que estava sentindo remorso. “Eles fizeram um verdadeiro tribunal do crime”, afirmou a promotora.


Ao final, o Ministério Público pede condenação dos 3 acusados com todas as qualificadoras, destacando a audácia e a elaboração do crime.

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