INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 04.05.2023 | 09h01
pablo@gazetadigital.com.br
Rodolfo Perdigão/Sinfra-MT
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli e André Mendonça acompanharam a divergência levantada por Gilmar Mendes e votaram para tornar inconstitucional a lei estadual que proibe a construção de usinas hidrelétricas (UHE) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Cuiabá.
Com os votos, o placar está em 3 a 1 para a liberação dos empreendimentos nas águas de um dos principais rios da região. Os dois seguiram entendimento de Mendes, que considera os requerentes corretos ao afirmar que o legislador estadual criou norma sobre energia e águas, assunto de competência privativa da União.
Leia também - A convite de Lula, Mendes vai a Brasília assumir a BR-163
“A lei mato-grossense, nesse sentido, ao proibir a construção de UHEs e PCHs, além de dispor sobre matéria de competência privativa da União, acabou por avocar indevidamente a capacidade de concessão de licenças do Poder Executivo Federal, que fica impossibilitado de deliberar sobre as questões ambientais e hidrelétricas no curso do Rio Cuiabá, que, como dito, é de domínio da União”, diz trecho do seu voto.
Gilmar Mendes também rebateu os argumentos da Assembleia, de que a Agência Nacional das Águas (ANA) teria sido omissa por não ter estudado o rio, o que não é realidade, á que em seus relatórios técnicos incluem o rio Cuiabá.
“Verifico, nesse sentido, que a Lei estadual, além de invadir competência privativa da União para legislar sobre águas e energia e dispor sobre os bens federais, também ocupou um espaço normativo que pertence à Agência Nacional de Águas, autarquia sob regime especial que detém capacidade técnica e legal para definir as condições para aproveitamentos hidrelétricos dos reservatórios do Rio Cuiabá”, afirmou.
“Ante o exposto, divirjo do Eminente Relator e julgo procedente o pedido, declarando a inconstitucionalidade da Lei n. 11.865, de 30 de agosto 2022, do Estado de Mato Grosso”, finaliza o voto.
A ação de inconstitucionalidade foi movida pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra a lei aprovada pela Assembleia Legislativa. A lei de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD) foi aprovada pela Assembleia no ano passado e vem gerando polêmica desde a sua discussão.
Atualmente a secretaria de Estado de Meio Ambiente analisa estudos ambientais para o pedido de construção de 6 PCHs no rio Cuiabá.
O julgamento virtual está previsto para se encerrar no dia 8 de maio e falta o voto de 6 ministros.
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.
Benedito da costa - 04/05/2023
Mais é isso mesmo a lei é inconstitucional. O Estado é rico em energia não necessita mais de usinas. Na verdade a lei atende a interesses particulares, inclusive a do governador visto ele atuar na área mesmo que de forma indireta. O Estado é rico em clima, em energia natural. Temos sol o ano inteiro. O que tem a fazer é estimular a produção de energia solar mais que este não dá lucro a empresários e nem ao governo. Conclamo a população a produzir energia solar e sermos o estado mais sustentável do Brasil.
1 comentários