Publicidade

Cuiabá, Quarta-feira 15/10/2025

Política de MT - A | + A

Deu em A Gazeta 10.10.2019 | 11h02

Auditores apontam desvios de R$ 137 milhões no TCE

Facebook Print google plus
Lázaro Thor Borges

lazaro@gazetadigital.com.br

Chico Ferreira

Chico Ferreira

Auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) identificaram, no próprio tribunal, um desvio de mais de R$ 137 milhões em dinheiro público por meio de contratos de Tecnologia da Informação, firmados em um curto período de tempo, entre 2012 e 2015. É o que revelam documentos obtidos com exclusividade pela reportagem do jornal A Gazeta. Todos os detalhes sobre o caso de corrupção integram aquilo que pode ser o maior esquema de superfaturamento da história de Mato Grosso.
As informações sobre o desvio foram compartilhadas com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público Federal (MPF), responsáveis por investigar a conduta dos conselheiros titulares do TCE, que foram afastados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de receber dinheiro de propina.

 

O documento obtido pela reportagem faz parte de uma Representação de Natureza Interna aberta para averiguar as contratações que ocorreram durante a gestão dos conselheiros José Carlos Novelli e Waldir Teis, ambos afastados. 

Temendo ser envolvido na investigação sobre os contratos de TI, José Carlos Novelli tentou ter acesso a íntegra do processo interno resultante do relatório que apontou os desvios em sua gestão. Na primeira ocasião, com o pedido encaminhado à conselheira Jacqueline Jacobsen, a cópia foi negada. Em seguida, entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e finalmente os dados, no final de setembro. Novelli disse que as informações foram compartilhadas com a Polícia Federal sem ‘direito ao contraditório’.

 

Fato é que toda a investigação só foi possível depois que o STF afastou 5 conselheiros titulares que, a exemplo de Novelli, são acusados de receber propina. Os auditores descobriram que pelo menos 13 contratos realizados pelo TCE no período possuem irregularidades gravíssimas, as quais resultaram todas em superfaturamento. O rombo pode ser ainda maior porque, de acordo com o relatório, muitos documentos ainda não foram encontrados.

 

O fio do novelo
A descoberta dos desvios foi considerada acidental pelos auditores. Tudo começou quando o TCE começou a verificar as contas julgadas de 2017 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Na ocasião, o órgão descobriu superfaturamento em um contrato de TI com uma empresa do ramo. Mas a ‘raiz’ do problema não estava na ALMT e sim no próprio TCE, uma vez que o contrato foi feito a partir da Ata de Registro de Preços 8/2015, que pertencia ao Tribunal.

 

Outra empresa também possuía contrato semelhante, e com os mesmo indícios de superfaturamento, na ALMT e no TCE. Os dados podem sugerir que o esquema nasceu primeiro na Assembleia e migrou para o Tribunal - órgão no qual boa parte dos conselheiros titulares são, na verdade, ex-deputados.

 

O contrato do TCE, conforme a auditoria - foi de R$ 10 milhões para entrega de software cujo valor anual oferecido por outra empresa era de apenas R$ 14 mil. Os técnicos perceberam que os números não batiam e que aquele superfaturamento poderia ter se repetido em contratos anteriores. Os auditores lembram-se, então, que em uma auditoria realizada em 2015, já havia sido constado o aumento de gastos com TI, todos eles sem justificativas. De 2011 a 2012, por exemplo, estes gastos tiveram um salto percentual de 286% e continuaram crescendo. Em 2015, último ano da análise, o aumento em comparação com o ano anterior foi de 34%.

 

Com isso, a auditoria passou a analisar 24 contratos de TI que totalizaram R$ 216 milhões em apenas 3 anos. As irregularidades graves, que provocaram um rombo de R$ 137.076.812,05 foram descobertas na contratação de 13 empresas diferentes.

 

Outro lado

Procurados, os conselheiros afastados José Carlos Novelli e Waldir Teis não foram encontrados para falar sobre os fatos apontados na auditoria.

 

Confira reportagem completa na edição do Jornal A Gazeta

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Billyqueiroz - 10/10/2019

Alguém (probo), pode me dizer para que serve o TCE?

1 comentários

1 de 1

Enquete

Nos últimos meses foram registradas várias denúncias de assédio sexual em instituições de ensino do nível básico ao superior. Você já se sentiu assediada (o) nestes ambientes?

Parcial

Publicidade

Edição digital

Quarta-feira, 15/10/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.