Emanuel diz que Cuiabá foi 'boicotada' sobre envio de doses extras

Sem citar nomes de culpados, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou que a Capital tem sido "boicotada" no que diz respeito ao envio de doses extras contra a covid-19 por parte do governo federal.

O apontamento do chefe do Executivo municipal foi feito durante ato de assinatura de termo de concessão de imóvel ao MT Mamma, no Palácio Alencastro, na quarta-feira (23).

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À imprensa, o prefeito relembrou que foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília no início de junho, ocasião em que também esteve com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Após o encontro, os gestores chegaram a gravar um vídeo confirmando o envio de doses extras de vacinas a Capital em virtude da cidade sediar jogos da Copa América. Contudo, nesta semana Queiroga negou que enviará imunizantes a mais para Cuiabá.

Diante desta situação, o prefeito disse ver com "estranhamento" a nova postura do ministro e citou uma possível "pressão política" para boicotar Cuiabá.

"Estranhamente, de uma hora para outra, com uma pressão política no ar, isso é abominável, repugnante, estão querendo mudar o compromisso publicamente firmado pelo governo federal", argumentou o prefeito.

Ainda que sem citar nomes, o prefeito falou que o boicote se deu por alguém que tenha o pensamento de que o envio de doses extras poderia fortalecer o emedebista politicamente. A fala foi feita em um momento no qual o principal opositor político do prefeito é o governador Mauro Mendes (DEM).

"Estão tentando boicotar tudo. Olha só a pequenez do pensamento, de que se vier vacinas para Cuiabá isso poderá fortalecer publicamente Emanuel e Emanuelzinho. Nós estamos cumprindo nossa missão, indo atrás de vacinas. Quanto mais, melhor. Eu quero vacinar todo mundo. Então, estou fazendo o meu papel. O governo deveria ter feito o mesmo para o Estado", acrescentou o gestor.

Mauro é o "mentor intelectual" das perseguições

Emanuel subiu ainda mais o tom de críticas ao governador ao falar sobre o requerimento encaminhado à Corregedoria-geral da Polícia Civil. No documento, o prefeito denuncia um suposto uso da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) por parte do Estado e pede para que o caso seja investigado dentro da própria instituição.

Antes disso, o emedebista já havia citado a possibilidade de as operações deflagradas contra gestores de Cuiabá terem sido realizadas de forma política, para prejudicar sua gestão à frente da prefeitura.

"Vamos esperar o processo se findar. Boa parte deles [escândalos contra a prefeitura] estão sendo arquivados. Então, existem escândalos e existe escândalos fabricados. Querem fabricar escândalos", disse.

"Durante 3 anos e meio, a minha gestão foi um exemplo. Julho do ano passado para cá, quando começou o período eleitoral, a Deccor desandou a mirar Cuiabá e esquecer que existem outros poderes. Começam muitas vezes a forçar a barrar para tentar atingir a gestão Emanuel Pinheiro. Foi de julho para cá, acrescentou.

Conforme noticiado pelo , o governador Mauro Mendes criticou o prefeito após a divulgação do requerimento junto à Corregedoria-geral. Na tarde de terça-feira, o chefe do Executivo estadual falou que Emanuel deveria "trabalhar" e "esquecer" o nome do democrata.

Ao comentar sobre os apontamentos do governador, o prefeito afirmou que as críticas foram feitas pelo homem que é o "mentor intelectual" de todas as supostas ilegalidades praticadas pela Deccor.

"Quando falta a razão, sobra agressão. É uma reação nítida dos culpados. Este homem é o mentor intelectual de toda essa baixaria, essa utilização da máquina para me derrubar", finalizou.