'Estado avalia manter serviços na Santa Casa', diz secretária

Diante da iminente fechamento do Hospital Estadual Santa Casa, o governo de Mato Grosso estuda formas de manter os serviços ofertados na unidade. A informação foi dada secretária municipal de Saúde de Cuiabá, Daniella Carmona, durante entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10.1), nesta segunda-feira (15). 

“A Santa Casa é referência estadual em várias especialidades, com serviços importantes realizados apenas ali. Tenho conversado muito com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, e há preocupação em garantir a continuidade desses atendimentos. Acreditamos que a Santa Casa não irá fechar e continuará oferecendo os serviços que presta hoje”, afirmou a secretária.

“Está havendo uma discussão se ficará com a gestão da Secretaria Estadual de Saúde mesmo ou não. Mas há uma preocupação também do governo do Estado de continuar ofertando esses serviços na própria Santa Casa”, acrescentou.

O grande impasse se diante da venda do prédio, que está sendo leiloado para quitar dívidas trabalhistas. O prazo judicial para a compra do imóvel terminou sem nenhuma proposta, seja da União, do Estado, do município ou de pessoas físicas e jurídicas. O edital, lançado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em 25 de julho, estabelecia valor mínimo de R$ 54,7 milhões, correspondente a 70% da avaliação de R$ 78,2 milhões, com prazo final que se encerrou no dia 28 de agosto.

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O montante arrecadado seria destinado ao pagamento de processos trabalhistas e fiscais, com débitos acumulados em torno de R$ 48 milhões. O imóvel possui cerca de 22 mil metros quadrados de terreno e 20 mil metros quadrados de área construída, parte dele sob requisição administrativa do Estado desde 2019.

Apesar do governador Mauro Mendes ter considerado inviável a compra do prédio, o secretário estadual de Saúde não descartou a possibilidade.

Na semana passada, o vice-presidente da Casa, deputado Júlio Campos (União), anunciou que estuda alternativas, como a negociação com o Judiciário e Legislativo para liberação de recursos estaduais ou a captação de fundos junto à iniciativa privada. Entre as opções, Campos não descarta a realização de um grande show beneficente, inspirado em eventos de Barretos (SP), para arrecadar recursos destinados ao pagamento das dívidas trabalhistas da antiga gestão da Santa Casa.