COMBATE À VIOLÊNCIA 24.11.2024 | 16h40
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Gisela Simona (União) se juntou ao coro de defesa da autonomia dos estados para criarem leis penais para seus territórios, como ocorre nos Estados Unidos. A deputada federal pontuou que cada região tem suas particularidades e por isso leis próprias seria benéficas. Ela ainda se posicionou contra a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo Governo Federal, que busca ampliar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
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A PEC da Segurança Pública foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a governadores e vice-governadores dos estados brasileiros, no último dia 31 de outubro. O objetivo é conferir status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), instituído em 2018, por lei ordinária. Para Gisela, a proposta não será eficaz.
“Numa primeira avaliação é de que ela não atende todos os anseios atuais do Brasil, que é por exemplo esse freio nas facções criminosas que estão dominando todo o país, e há toda uma situação posta pelas próprias forças de segurança, eu digo a PRF, que talvez seria a mais atingida inicialmente, porque ela se torna essa força ostensiva nacional de segurança, e (...) dizem que hoje o corpo que tem é pequeno para poder assumir ainda mais atribuições”, disse.
Em entrevista ao programa A Notícia de Frente, da TV Vila Real, na quinta-feira (21) a parlamentar afirmou que ainda não houve uma conversa entre os membros da bancada mato-grossense em Brasília sobre esta PEC, mas pelo que observa, acredita que os deputados federais que representam nosso estado devem ser contrários ao texto.
“Ele [o texto] não chegou na Câmara, após essa reunião com os governadores, onde foram apresentadas várias sugestões. Acredito que o Governo Federal, neste momento, deve estar aperfeiçoando a matéria para só então encaminhar para a Câmara dos Deputados”, avaliou.
O que Gisela acredita que pode impactar positivamente a segurança pública é a proposta de autonomia dos estados para legislarem em matéria penal. Membros do Ministério Público e do Poder Judiciário já se manifestaram contra esta proposta, que avaliam que seria caótica. Gisela, no entanto, acredita que os resultados seriam positivos.
“Mato Grosso, por exemplo, que é um estado com muita fronteira, muitas vezes há medidas que hoje cabem diretamente ao nosso governo, mais rápidas de se tomar, do que isso dirigido a uma força nacional (...). Eu vejo que há algumas especificidades aí que são importantes que sejam de autonomia dos governadores de Estado (...). O que não me deixa confortável ainda é uma discussão de termos brasileiros sendo tratados de forma diferentes, em que todos nós somos brasileiros”.
A parlamentar reforçou que a realidade em cada região é bastante diferenciada e que, de certa forma, já existe um tratamento distinto em cada estado, já que cada governador dá um peso diferente aos investimentos em segurança pública.
Para além desta mudança, a deputada ainda defende alterações nas leis penais de âmbito nacional também, que beneficiam pessoas com maior poder aquisitivo.
“Em tese, a pena para o rico e a pena para o pobre é a mesma, o que diverge é o crime. Agora, o posicionamento de quem julga, o posicionamento de quem aplica a norma, esse é diferenciado (...). No nosso país, o que tem acontecido é que quem tem bons advogados, e aí o rico tem condições de pagar, consegue achar as brechas da lei para poder fazer com que não haja a devida punição a quem é de direito. É isso que precisa também mudar no nosso país”.
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Edmar Roberto Prandini - 26/12/2024
A deputada federal despreza o fato de que os Estados Unidos, ao contrário do Brasil, mantém vigente uma Constituição que foi elaborada no final do século XXVIII, quando as distâncias entre os territórios era superada apenas com muitos dias de viagens. Aquela situação determinou que o modelo de direito pena considerasse a autonomia de cada território para legislar, do mesmo modo como o modelo criado de um colégio eleitoral, que mantém as eleições presidenciais ainda hoje tão confusa quanto se verificou já em vários momentos. Se ela considerar quanto foi dificil que a partir desse modelo se vencessem as desigualdades relativas aos direitos civis, tema fundamental para todos os afrodescendentes, entenderá quão maléfica é essa doutrina de legislações "estaduais" no que diz respeito aos direitos humanos. As legislações estaduais devem manter-se apenas no que diz respeito ao uso do território, no que tange a instalações de empreendimentos econômicos, mesmo assim evitando-se a opção até hoje vigente, mas superada pelo novo conceito da reforma tributária do consumo, de legislações tributárias distintas por estados. Então, que ela não adira a esse retrocesso no direito penal.
Victor - 24/11/2024
Essa é outra sem noção, tentar copiar os EUA é ser contraditória pois segundo a reportagem a mesma que cada Estado tem sua particularidades se for seguir esse raciocínio imagina as diferenças que há entre Brasil e EUA. Como pode uma pessoa que se diz formada em direito não consegue ter um raciocínio lógico!
2 comentários