prefeitura tenta regularização 02.12.2025 | 10h35

redacao@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira/Allan Mesquita
Um dia após o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciar a inciativa para regularização da área do Contorno Leste, a família de João Pinto, morto no local, foi à Câmara de Vereadores e negou interesse em vender sua parte do terreno. Atualmente, 1.170 famílias moram irregularmente na propriedade e cobram legalização dos imóveis.
O espaço de ocupação irregular compreende cerca de 270 hectares e pertence a 3 proprietários distintos, sendo a família de João Pinto uma delas. Os donos concordaram em vender o terreno para a prefeitura, exceto os herdeiros do morador assassinado.
“O prefeito, o tempo todo, ele presa pela propriedade privada, é claro. Ele disse que falou em valores, eu me recuso a falar de valores. Meus irmãos também estão na mesma toada. A gente quer o nosso direito preservado, como eu falei para os senhores. A propriedade é nossa e foi conquistada, a duras penas, desde 1967”, disse José Antônio Ribeiro Pinto, filho de João Pinto.
O valor a ser pago pela desapropriação não foi divulgado ainda. Segundo o herdeiro, houve outras conversas em busca de solução para a ocupação irregular no local, contudo, neste fim de semana, quando foi divulgada a regularização, a família só foi comunicada da medida, não consultada.
Na Câmara, o homem afirmou que a família doou uma área de 5,7 hectares no ponto alto do terreno, com estradas de acesso para divisão de lotes destinados a famílias carentes. Contudo, a Prefeitura de Cuiabá não recebeu.“Por motivos que a gente desconhece, a prefeitura não aceitou essa doação. Já tem essa área para as famílias carentes”, disse o herdeiro. Procurada, a prefeitura informou que não aceitou a área porque não seria suficiente pra abrigar todas as famílias, somente cerca de metade delas.
Questionado sobre o motivo para não aceitar a desapropriação, se seria desacordo sobre o valor pago. O homem diz que “não se trata de dinheiro. Meu pai perdeu a vida na propriedade. Ele trabalhou a vida inteira lá, eu cresci naquela propriedade. Ele foi humilhado naquele local e perdeu a vida no dia do aniversário da minha mãe”.
Contorno Leste A avenida Contorno Leste foi construída sobre a propriedade rural, que era destinada à pecuária. Durante o processo de drenagem no local, as ocupações começaram, segundo José Pinto, em 23 de fevereiro de 2023.
“Entramos com ação para despejo e ganhamos, mas este é um processo longo”, alegou o proprietário.
Assassinato
João Pinto, 87, morreu, na manhã de 23 de fevereiro de 2024, na região do Contorno Leste, em Cuiabá. Ele foi assassinado por um policial civil e o caso é investigado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
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