'LAPSO' 16.12.2025 | 13h59

fred.moraes@gazetadigital.com.br
Fred Moraes/ GD
O lançamento considerado pré-maturo da candidatura do ex-governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSB), ao Senado Federal nas eleições de 2026 segue provocando divergências internas no Partido dos Trabalhadores (PT). Taques foi anunciado como pré-candidato pelo presidente nacional da sigla, Edinho Silva, durante um evento realizado em Cuiabá, neste domingo (14).
A manifestação da direção nacional não foi bem recebida por lideranças petistas no estado. Um dos principais quadros do partido em Mato Grosso, o deputado estadual Lúdio Cabral classificou o anúncio como um erro estratégico e avaliou que a fala de Edinho ocorreu sem a devida leitura do cenário político local.
“Não há nenhuma decisão tomada. A fala do Edinho foi muito, mas muito infeliz. Nós estamos construindo um arco de alianças amplo, para formar uma chapa majoritária competitiva”, afirmou Lúdio.
Segundo o parlamentar, qualquer discussão sobre a composição da chapa ao Senado deve passar, necessariamente, pelo senador Carlos Fávaro (PSD), que disputa a reeleição em 2026 e é hoje ministro da Agricultura e uma das principais lideranças do campo progressista no estado.
“Debates sobre a segunda vaga do Senado precisam ser feitos em diálogo com o Fávaro, que é senador, ministro e principal liderança do nosso campo. Não há sentido discutir segunda vaga sem ele estar dentro. Alguém informou mal o Edinho sobre o contexto político de Mato Grosso”, criticou.
Lúdio ressaltou ainda que a reação negativa da militância petista demonstra o descompasso entre a fala da direção nacional e o sentimento da base no estado. “A fala foi infeliz, a reação da militância foi ruim. Ele mesmo deve ter reavaliado que cometeu um erro. Vamos construir chapa em diálogo, olhando para frente”, completou.
Ao comentar especificamente sobre Pedro Taques, o deputado afirmou respeitar o ex-governador no plano pessoal, mas fez uma avaliação dura sobre seu papel no cenário político atual.
“Todo meu respeito a ele como pessoa. Mas há projetos políticos em Mato Grosso que o tempo já aposentou, fazem parte do passado. Precisamos buscar o futuro e novidades para o estado”, declarou.
Defendendo uma alternativa interna, Lúdio voltou a sustentar que o PT deve protagonizar a disputa pela segunda vaga ao Senado e defendeu uma candidatura feminina. “Eu faço a defesa de uma candidatura de mulher, do PT, para fazer conjuntura com o Fávaro. Defendo o nome da ex-vereadora Gracielle para a segunda vaga ao Senado. É um nome novo, com papel importante na política”, afirmou.
Por fim, o deputado reforçou que o tema ainda não foi debatido internamente no partido. “No PT essa discussão não foi aberta. A fala do Edinho foi deslocada”, concluiu.
Como mostrou o
, apesar de Taques ter colocado o nome à disposição, a federação adota cautela e evita, neste momento, cravar apoio à candidatura ao Senado. A prioridade do grupo segue sendo Fávaro, apontado internamente como o “senador da frente” do campo progressista em Mato Grosso.
Além do impasse político, pesa contra Taques o desgaste acumulado nos últimos anos de seu governo no Palácio Paiaguás, marcado por críticas de servidores públicos e perda de apoio em setores da esquerda, o que amplia a resistência à sua postulação dentro da federação.
Mesmo com as ressalvas, a filiação de Taques ao PSB foi apresentada como um movimento para ampliar o arco de alianças do campo progressista no estado. O ex-governador assume o comando estadual da sigla após a saída de Max Russi, que deve migrar para o Podemos, com o discurso de fortalecer o palanque do presidente Lula em Mato Grosso.
Na mesma reunião, a federação também discutiu outras composições para 2026, incluindo chapas proporcionais e candidaturas à Câmara Federal, que devem ser definidas ao longo do próximo ano.
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