25.08.2022 | 08h58
Chefs de cozinha de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiá s e Distrito Federal participam de uma intervenção gastronômica chamada Sabores do Brasil Central, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27/08. A intervenção integra a programação da exposição “Casa do Brasil Central, do Cerrado ao Pantanal”, aberta em 12 de agosto e que prossegue até 30 de outubro. Haverá ainda uma intervenção de turismo, de 03 a 07/10, e a Semana Pantaneira, de 18 a 22/10.
Estarão no evento, os chefs Hugo Rodas (MT), Paulo Machado (MS), Patrícia Garcia (GO), e Ana Paula Jacques (DF). Amanhã, 26, a partir das 15h, eles participam de atividades restritas a convidados. Depois de uma visita guiada à exposição participam de uma roda de conversa, cujo mediador será o professor João Carlos Caldeira, organizador do Pantanal Cozinha Brasil, evento já consolidado e referência em Mato Grosso. Além disso, fazem um menu degustação elaborado com as delícias do Cerrado e do Pantanal.
Já no sábado, 27, será a vez das “Oficinas Sabores do Centro-Oeste”, em que o público geral terá a oportunidade de aprender um pouco sobre os principais pratos da gastronomia da região. Os participantes vão saborear pratos de uma “Matula Centro-Oeste”, preparada pelos chefs de cozinha Hugo Rodas (MT), Patrícia Garcia (GO) e Ana Paula Jacques (DF). Ela será composta pelas deliciosas iguarias escaldado (MT), tutu de feijão goiano (GO) e homus de baru (DF).
Beatriz Jardim da Silva, analista do Sebrae MT, diz que o foco principal do evento é disseminar os sabores e insumos de cada estado, indo do Cerrado ao Pantanal, as raízes pertencentes a cada região. Trata-se uma iniciativa para mostrar que os nossos insumos podem ser sim mais acessíveis e incorporados na gastronomia de qualquer lugar. “Queremos promover um momento de conversa, uma mesa redonda entre os chefs de cada estado para que eles possam contribuir para minimizar os desafios de inserir ingredientes ou insumos regionais em suas preparações, de promover e fortalecer a valorização desses ingredientes, gerando um sentimento de pertencimento ao consumidor final”.
O professor João Carlos Caldeira reforça a importância de valorizar o que é local e diz que esse é um movimento que acontece no mundo inteiro. Segundo ele, seu papel no evento será estreitar os vínculos dos ingredientes regionais com a produção comercial para eles possam ser mais consumidos e conhecidos em todo o país, sem as dificuldades que ainda encontram.
A chef Patrícia Garcia menciona o termo matula e diz que tem diferentes conotações no Cerrado (goiano e mato-grossense). “A gente tem uma similaridade, mas há diferenças muito grandes”. Vamos levar um prato da matula do Sertão (região da Chapada dos Veadeiros) que é um feijão branco com bastante açafrão, carne de porco e bovina, servido numa trouxinha de couve ou na folha de bananeira. É uma comida de tropeiro muito levada nas comitivas que transportavam o gado de um lado para o outro.
O chef de cozinha Hugo Rodas, do restaurante Seu Majó e da hamburgueria Gudu’s, destaca ser muito legal participar de um evento focado na gastronomia da região Centro-Oeste. “A culinária matogrossense tem muito para divulgar, nossos peixes, nossas frutas e frutos, os preparos tradicionais e as releituras deles”, resume, acrescentando que irá levar uma maria isabel cremosa, numa roupagem diferente, um peixe com maxixe, na verdade um bolinho de peixe com maionese tártara com picles de maxixe.
Segundo ele, se fala muito da culinária baiana, do Sul do País, mas como Mato Grosso está afastado do eixo Rio/São Paulo, fica mais à margem, então eventos como esse são muito importantes. Hugo ressalta que essa divulgação precisa acontecer até mesmo entre os chefs locais. “No meu restaurante, sempre pego a culinária italiana que eu gosto, a brasileira e mesclo com produtos locais, faço nossos pães com cumbaru, sobremesas regionais, com doce de leite, com rapadura”, conta.
Para o chef Paulo Machado, considerado um “embaixador da gastronomia pantaneira”, um evento como este traz uma interligação entre artesanato e gastronomia. “Temos muitos utensílios de cozinha artesanais que são como ‘ingredientes’ porque influenciam no resultado final do prato. São ainda manifestações culturais da maior importância”, diz citando como exemplo as paneleiras de Goiabeiras, do Espírito Santo, cujos produtos são patrimônio imaterial e são essenciais no preparo da moqueca capixaba.
Segundo ele, é muito importante os chefs contarem essas histórias, falarem dos produtos da região. “Cada estado do Centro-Oeste compõe uma paleta de identidades diferente, mas, ao mesmo tempo, estão interligados pelo Cerrado e Pantanal, dois biomas ricos porém com muita fragilidade e que precisa de cuidados.
A chef Patrícia Garcia, que atua como consultora na área de gastronomia, no desenvolvimento e implantação de cardápio, processos e padronização, reforça que esse tipo de evento é de suma importância, porque cada vez mais a gastronomia é encarada como cultura. “A gente viaja para comer, a gente come para se divertir, a gente conhece muito um local através da gastronomia. Esse tipo de evento valora o tema, põe em discussão, levanta essa necessidade de entender o mercado, valorizar e buscar bons profissionais, sem contar que proporciona um intercâmbio entre os chefs de cozinha da região”.
Ela vai apresentar no coquetel de lançamento um finger food composto de uma pasta de porco de lata, com uma base crocante de milho, chutney de cajazinho e pimenta. O prato principal será um pirarucu confitado com purê de tubérculos e lascas de pequi, farofinha de baru e vinagrete de guariroba. Para finalizar cremoso de burrata, do interior de Goiás, com uma geléia e uma compota de hibisco, produzidas artesanalmente.
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