24.10.2016 | 00h00
Se aproxima o momento em que a Cidade Verde completará 300 anos de história. Fundada em 8 de abril de 1719, aos poucos Cuiabá foi sendo povoada, desenvolveu-se e atingiu o seu auge no início do século XX. É uma cidade muito especial, possui construções arquitetônicas,festas religiosas e uma culinária admirável. Tem em suas cercanias municípios aprazíveis, como Chapada dos Guimarães, Nobres e Poconé. O povo cuiabano é simpático e acolhedor, trata muito bem os vários migrantes que chegam à cidade em busca de um recomeço. Nas palavras do historiador Fernando Tadeu de Miranda Borges, Cuiabá é uma cidade de ‘chegantes’.
O tricentenário de Cuiabá é um tema bastante abordado por políticos, urbanistas, personalidades da cidade e mesmo entre pessoas comuns. É disseminado na sociedade cuiabana o desejo de ver e sentir a cidade de Cuiabá revigorada na ocasião em que completar os seus 300 anos de existência. A Copa do Mundo de 2014 parecia ser a solução para os desafios de mobilidade urbana e déficit de infraestrutura da cidade, e deixaria uma grande herança a Cuiabá, como foi anunciado pelos governos estaduais e federais. A promessa, no entanto, não se tornou realidade. As emblemáticas obras do VLT que cortam Cuiabá estão paradas desde dezembro de 2014 por divergências entre o Estado e o consórcio construtor, e é difícil visualizar qualquer alteração nesse quadro.
Mesmo diante desse cenário um tanto frustrante, há razões para esperança. A eleição do prefeito da cidade representa uma nova oportunidade para a cidade reinventar-se. Ao longo de quase três séculos a comunidade cuiabana triunfou diante de grandes adversidades e forjou um povo resistente e corajoso, mas também alegre e otimista que vibra a cada chance que se apresenta.
O prefeito de Cuiabá terá a seu favor uma população ávida por trabalhar, prosperar e desfrutar a experiência que a convivência coletiva proporciona. Cuiabá é uma cidade repleta de referências culturais que contribuem para a formação de uma identidade do lugar. Da mesma forma, costumes, hábitos e tradições cuiabanas criam empatias e afinidades que aproximam as pessoas: a cidade e seus espaços públicos são o ponto de encontro para esses relacionamentos e vivências. Aliás, a convivência em Cuiabá é facilitada pelo temperamento afável de seus cidadãos. É fácil sentir-se bem recebido na cidade por um típico cuiabano que, com seu singular sotaque, explica ao interlocutor como chegar a algum ponto da cidade. Essa é uma terra de gente especial e isso explica porque tantas pessoas chegam a Cuiabá e decidem permanecem por aqui.
O prefeito recém-eleito terá nos próximos três anos a possibilidade de transformar a cidade de Cuiabá em uma excelente capital. Iniciar grandes obras públicas seria, certamente, um caminho interessante a ser trilhado. Mas projetos mais modestos como a revitalização do Centro Histórico de Cuiabá, a manutenção intransigente das praças e logradouros, o recapeamento e a sinalização das vias públicas e a limpeza urbana já teriam o potencial de repaginar a cidade. Ademais, é necessário construir um amplo projeto para dar voz a todas expressões artísticas e culturais no momento do aniversário da cidade. Como estamos a apenas 3 anos deste grande evento, o novo prefeito deve cuidar de definir esse projeto comemorativo já no início de sua gestão.
Daniel Almeida de Macedo é Mestre em Direito Internacional pela Universidade do Chile e pesquisador na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
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