09.01.2017 | 00h00
Se a campanha do magnata nova-iorquino Donald Trump à Casa Branca foi um processo extremamente tenso e polêmico, o que esperar a partir de janeiro de 2017, quando terá início o exercício de seu mandato como presidente da nação mais poderosa do mundo?
No que diz respeito à relação dos Estados Unidos com a Rússia, alguns elementos já estão disponíveis para a análise. Em dezembro de 2016, RexTillerson, o presidente executivo da petrolífera ExxonMobil, foi confirmado para o cargo de Secretário de Estado, que equivalente à posição de Ministro das Relações Exteriores no Brasil.
A nomeação de Tillerson para o cargo de mais alta classificação no Gabinete Presidencial dos Estados Unidos foi recebida com satisfação em Moscou. Por outro lado, entre a classe política de Washington, a escolha de Donald Trump para chefiar a diplomacia norte-americana pareceu causar grande desconforto. Aliás, foi justamente a reação de ‘boas-vindas’ do Kremlin quanto a escolha do executivo da ExxonMobil ao cargo de Secretário de Estado que causou apreensão nas instâncias de poder da capital norte-americana.
RexTillersoné próximo do presidente russo Vladimir Putin; em 2013 recebeu das mãos de Putin a Medalha da Ordem da Amizade. Foi o empresário quem liderou a entrada da gigante ExxonMobil na Rússia. A petrolífera é a sexta maior companhia em faturamento no mundo, e possui bilhões de dólares represados em parcerias com a Rússia desde que os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao paísem razão da anexação da península ucraniana da Criméia, em 2014. Na condição de Chanceler, Tillerson poderia atuar no sentido de levantar os embargos econômicos contra a Rússia e desbloquear os valores que a petrolífera tem a receber. São estes conflitos de interesses que incomodam os senadores em Washington, que neste mês de janeiro terão que aprovar a nomeação de RexTillerson para oelevado cargo da administração norte-americana.
Paralelamente a esta situação há outra igualmente complexa. Segundo a imprensa americana, a Agência Central de Inteligência (CIA) teria realizado uma investigação e concluído que a Rússia lançou ataques cibernéticos para ajudar na eleição de Trump. Após o anuncio sobre as supostas ações de interferência externa, atos considerados gravíssimos na práxis norte-americana, a investigação ganhou a adesão não apenas de políticos democratas, mas também de proeminentes representantes do Partido Republicano, tornando ainda mais tumultuada a confirmação de Tillerson no Senado.
Não obstante as críticas e incertezas em relação a escolha do novo Secretário de Estado, muitos consideram a decisão acertada. As relações dos Estado Unidos, desgastadas pelas posições antagônicas no conflito com a Síria, ganharão mais visibilidade pela anunciada decisões do presidente eleito Donald Trump. O jornal português Público registra que na Europa vários analistas consideram que com a nomeação de Tillerson, um homem pragmático e com muita experiência, Trump está efetivamente consagrando um novo rumo na sua política face a Rússia, com repercussões evidentes em todo o mundo.
Daniel Almeida de Macedo é Mestre em Direito Internacional pela Universidade do Chile e pesquisador na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
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