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Elias Januário - A | + A

06.01.2017 | 00h00

Em busca da natureza perdida

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Estimados leitores, no final e início de ano percebemos as pessoas buscando lugares como cachoeira, rio, mata, mar, montanha, lagoa, entre outros cantos, para estar em contato com o que podemos chamar de energia cósmica ou espiritual que irá ajudar no ano que está iniciando.
Interessante é que essa mesma sociedade que hoje busca esses lugares considerados especiais nessa fase do ano, tem ao longo de décadas, em parte decorrente da vida moderna, afastado cada vez mais da natureza, percebendo nela um bem de consumo a serviço do capital e consequentemente também foi deixando de valorizar o seu caráter espiritual, os seres sobrenaturais que estão diretamente ligados a natureza e que orientaram gerações passadas.
Mais interessante ou contraditório, é que uma parcela considerável, não todos lógico, que procuram pela natureza para renovar as energias vitais, deixam nestes locais um rastro visível de degradação ambiental. Vou tomar como exemplo as cachoeiras e riachos aqui do município da Chapada dos Guimarães, local muito visitado nos finais de ano. A quantidade de lixo deixado é assustadora como, por exemplo, plásticos, garrafas de vidro, garrafas pet, papel, latas de bebidas, copos, objetos os mais diversos. É impressionante e triste de ver quanta sujeira deixada no meio ambiente.Então fico a refletir, será que essas pessoas conseguem levar alguma energia positiva deixando essa quantidade de coisa ruim na natureza, tanta degradação ambiental, esse tipo de lixo demora décadas e até séculos para se decompor.
Vale lembrar aqui dos ensinamentos que aprendi ao longo de anos convivendo com os povos de comunidades tradicionais, principalmente os indígenas, no que se refere a essa relação do ser humano com a natureza.
Nas comunidades tradicionais as atividades cotidianas estão amplamente interligadas com a natureza e a espiritualidade que nela existe, são a base para a realização dos ritos, mitos, caçada, pescaria, extração de matéria prima para confecção de adornos, a produção de medicamentos e o preparo das roças. Ao conversarmos com os mais velhos, entendemos o quanto é importante essa relação com a natureza, pois nela está o sentido da vida. Também destacam as consequências advindas de não se respeitar esses locais e os seus habitantes sobrenaturais, como por exemplo, as doenças que aparecem, os desastres, as brigas, entre outras tantas coisas negativas que acontecem com os moradores da comunidade que desrespeita a natureza e seus protetores do mundo cosmológico.
Retomando a questão do lixo deixado na natureza nos locais frequentados pela população, temos sim uma questão de falta de política pública, de educação ambiental, de projetos e programas que alertem as pessoas para a degradação ambiental. Mas é fundamental que as pessoas tenham o mínimo de consciência, bom senso e preocupação com o meio ambiente, não custa nada aproveitar desses locais, que são um espetáculo da natureza, e trazer numa sacolinha o lixo e colocar no local adequado.

Elias Januário é educador, antropólogo e historiador. Escreve às sextas-feiras em A Gazeta. E-mail: eliasjanuario@terra.com.br

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