DIA DO LIVRO 29.10.2024 | 17h15
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Reprodução/montagem GD
Comemorado nesta terça-feira (29), o Dia Nacional do Livro é um incentivo à leitura e celebração da literatura brasileira. Com importantes contribuições de poetas, romancistas e dramaturgos, Mato Grosso se destaca no cenário nacional pela diversidade.
Em comemoração à data, o apresenta alguns escritores de diferentes áreas e estilo de escrita, alguns já conhecidos entre os cuiabanos e outros estreantes no cenário local.
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Edilene Rodriguez
A atriz e professora de teatro Edilene Rodriguez, 30, começou a escrever poemas ainda na infância, de forma despretensiosa. Ela traduzia em linhas o universo que a cercava e como era ser uma criança negra. Depois de fazer carreira no teatro, como membro-fundadora do grupo Teatro Faces, a artista passou a explorar ainda mais seu lado poético. Ao , ela diz que seu processo criativo “surge pelo interesse na literatura e por querer fugir, às vezes, desse mundo caótico e adentrar outros mundos que é a literatura”.
No domingo (27), Rodriguez publicou seu primeiro livro, “Versos de uma Preta”, que é uma ode às mulheres em que o leitor é conduzido por um fio sobre sua vivência pessoal. A obra também é um enfrentamento ao epistemicídio, que é o processo de invisibilização dos conhecimentos que escapam a uma cultura ocidental hegemônica.
“O público vai se deparar com poesia sobre o amor, com os diferentes amores possíveis, mas também vai se deparar com uma espécie de denúncia e dor sobre o epistemicídio que acontece”, explica a escritora. “É falar sobre a nossa dor, mas num lugar não apenas da dor, mas da celebração. Ele traz também essas pequenas denúncias das coisas que me atravessam como mulher preta, como mulher do interior do cerrado mato-grossense”, acrescenta.
A autora espera que a obra influencie outras poetisas, assim como ela também foi influenciada por diferentes escritoras, entre elas, Conceição Evaristo.
“Reimaginar novos caminhos através de outras mulheres, que me atravessaram e me ajudaram e que mais mulheres pretas, periféricas, latino-americanas possam publicar suas ensinagens, seus saberes, suas poesias, suas dramaturgias. É uma convocação para que isso possa acontecer cada vez mais”, incentiva.
Aclyse de Mattos
O cuiabano Aclyse de Mattos, 65, tem mais de 10 livros publicados e foi eternizado, em 2017, pela Academia Mato-Grossense de Letras (AML), ocupando a cadeira número 3. Ao , o poeta revela que na infância adorava quadrinhos e desenhos, o que o motivou a escrever histórias para acompanhar as ilustrações do irmão, Gabriel Mattos.
Com mais de 35 anos de produção artística, suas obras retratam diferentes temáticas. Algumas delas trabalham a intertextualidade da palavra e imagem. Outras valorizam a regionalidade, utilizam a sonoridade e letras de músicas em ‘Cuiabanês’. Há também livros dedicados ao público infanto-juvenil, como em “MOTOSBLIM: a incrível enfermaria de bicicletas” e “Sabiapoca”.
Inspirados por outros autores mato-grossenses, como Ivens Scaff, Silva Freire, Lucinda Persona e Manoel de Barros, Mattos reflete sobre a riqueza cultural da literatura do estado.
“Falar de nossa realidade é fundamental. Cuiabá tem uma cultura rica, feita de muita mistura. A literatura e a ficção fazem perdurar o imaginário de uma cultura. E a escrita ainda suscita as emoções e os pensamentos por trás das coisas e fenômenos. Além disso, as transformações têm sido muito rápidas e o que se faz, logo, logo se perde. Escrever é uma forma de lembrar e não deixar esquecer”, pontua o autor.
Luciene Carvalho
A escritora, diretora de teatro e presidente da AML, Luciene Carvalho, 59, tem 14 obras literárias publicadas. Um de seus destaques é a crônica lítero-fotográfica “Porto”, de 2005, que narra a histórias do tradicional bairro cuiabano. Em 20 de novembro deste ano, o primeiro livro do qual é coautora, "Devaneios", completa 30 anos de lançamento.
Sobre seu processo criativo, a poetisa acredita que “é um processo que parece absorção, decantação e revelação. Assim que eu sinto, eu estou, na verdade, sincretizando isso pela primeira vez. Parece que eu vou passando pelo mundo e vou observando o mundo pelo poro, de todos os lugares”, narra a artista.
Em 19 de novembro, a poetisa irá lançar o seu 15º livro. A obra é nomeada “Saranzal” e expressa em poesia os afetos familiares. Pela primeira vez, em sua literatura, retrata a figura do pai, falecido há 50 anos.
Nelly Winter
Nelly Winter é a primeira drag queen escritora de Mato Grosso. Ela começou sua carreira artística em 2001, animando festas. Desde então, tornou-se uma importante voz da comunidade, produzindo obras de resistência como em “Drag Queens – arte, cultura e sociedade”, publicado em 2023.
No início de outubro, após o lançamento do livro “Somos Coloridos - guia de letramento LGBTQIAPN+”, a equipe do entrevistou a escritora, que contou sobre sua trajetória como autora, desafios e sobre futuros projetos.
A finalidade do guia publicado é desmistificar rótulos e trazer uma abordagem mais humanizada sobre as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. O que buscam é o respeito e equidade.
C.B. Alves
Camila Brenda Alves, 26, é escritora e estudante de jornalismo. Com 3 livros publicados com o nome artístico de C.B. Alves, as obras exploram temáticas de distopia e thriller psicológico.
A autora conta que começou a escrever aos 10 anos e lembra que sempre gostou muito de ler. Também viu na escrita uma forma de narrar as histórias de sua imaginação e uma forma de terapia.
Para a escritora, a trilogia “Onde está Lúcia?” foi também um processo de aprendizagem.“Foi a primeira vez que tive que lidar com o público, lidar com críticas tanto positivas quanto negativas. Eu acho que evoluí muito como escritora, mas sinto que tenho o meu próprio tempo de escrever e eu fui me descobrindo como autora mesmo”, avalia Alves.
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