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ARARATH 29.10.2019 | 10h22

Cheques de delator foram ocultados em depoimento ao MPF

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Otmar de Oliveira/Reprodução

Otmar de Oliveira/Reprodução

O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, teria ocultado ao Ministério Público Federal (MPF) os depósitos de 3 cheques efetuados pelo empresário e delator Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, na conta da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Tadeu Energética e o BicBanco.  A informação consta na denúncia do MPF.

 

Segundo a denúncia, em seu depoimento à Polícia Federal em 2014, Mauro Carvalho chegou a confirmar a realização do empréstimo junto a Júnior Mendonça, e que teria realizado o pagamento de R$ 388,5 mil em espécie ao delator pouco tempo depois, garantindo que este era a única transação feita entre os dois. 

 

Leia também -  MPF faz primeira denúncia após a delação de Cuzziol

 

Porém, dados do  Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba) e microfilmagens de cheques apontam o depósito de 3 cheques na conta da PCH de Mauro Carvalho.

 

"Em contradição com as microfilmagens contidas nos autos, o denunciado Mauro Carvalho Júnior afirmou que Júnior Mendonça em nenhuma outra situação fez esse tipo de depósito na conta corrente da São Tadeu Energética e nem na conta corrente do declarante, além da quantia de R$ 388.500, omitindo, portanto, quanto aos outros 3 cheques (nºs 181, 182 e 293) nominados e depositados à São Tadeu Energética e emitidos pela Comercial Amazônia de Petróleo", diz trecho da denúncia que o teve acesso. 

 

Os depósitos ocorreram nos dias 03/12/2009, dois cheques no valor de R$ 42 mil e um no valor de R$ 4,9 mil no dia 04/01/2010. Apenas o cheque de R$ 388,5 mil depositados em novembro de 2009 que foi admitido por Mauro Carvalho em seu depoimento a PF. 

 

De acordo com o MPF, o empréstimo realizado por Júnior Mendonça a Mauro Carvalho ocorreu a mando de Eder Moraes, que administrava um sistema de conta corrente irregular junto ao Bic Banco. Os dados só foram descobertos após a apreensão de uma nota promissória no valor de R$ R$ 4,5 milhões na casa do ex-secretário, onde estava anotado no verso alguns repasses, entre eles, o valor de R$ 400 mil com a descrição 'Bic - STD', além de ma planilha especificando a dívida de R$ 14,2 milhões, com repasses a terceiros, entre eles a São Tadeu Energia no valor R$ 788,5 mil. 

 

De acordo com o MPF, esse empréstimo realizado junto a Júnior Mendonça, tinha o objetivo de pagar apenas o juros do empréstimo da São Tadeu Energética junto ao Bic Banco, que foi realizado em 2007, no valor de R$ 3 milhões. 

 

A denúncia é  assinada pela procuradora da República Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani,  que acusa Eder e Mauro Carvalho de lavagem de dinheiro e ainda solicita o bloqueio de bens em até R$ 1,3 milhão, em valores atualizados.

 

Ararath

A Operação Ararath investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e crimes financeiros em Mato Grosso. Factorings -que compram títulos, aquisição de ativos, como duplicatas, cheques, decorrentes de vendas mercantis ou de prestação de serviços - de fachada atuavam como bancos clandestinos, fazendo empréstimos fraudulentos.

 

Outro lado

Procurada pela reportagem, a defesa do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, afirmou que não tem conhecimento da denúncia e que pretende buscar acesso para esclarecer os fatos. Já Eder Moraes garante que nunca teve qualquer tipo de negócio com Mauro Carvalho e que a denúncia é "sem pé e nem cabeça". “Assim que for notificado vou apresentar a minha defesa dentro do devido processo legal. Mas esta denúncia é um ponto fora da curva”, disse.

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