Juíza se compadece da dor de réu por morte de mãe, mas mantém prisão

Juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve as prisões de Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, envolvidos no homicídio do advogado Roberto Zampieri. A magistrada disse que, no caso de Hedilerson, apesar de se compadecer da dor dele pela perda de sua mãe, esta situação não justifica a revogação de sua prisão.

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Uma audiência sobre o caso foi realizada na terça-feira (10). Em decisão proferida na ocasião, a juíza citou que o Ministério Público já apresentou seus memoriais finais, pedindo a procedência da denúncia com a pronúncia de Hedilerson, Etevaldo e também de Antônio Gomes da Silva.

Ela também analisou os pedidos das defesas de Hedilerson e Etevaldo, para que fossem revogadas suas prisões preventivas e substituídas por medidas cautelares, por “questões humanitárias”.

No caso de Etevaldo, o requerimento foi feito com a mesma justificativa do seu pedido de transferência para Minas Gerais, que foi negado. Ele alegou que necessita de melhores condições para cuidar de sua saúde.

“A conclusão única a que se chegou todas as vezes, é que, apesar de não gozar de saúde perfeita, o local onde o réu Etevaldo Caçadini se encontra recluso, o 44º BIMTZ, é provido de estrutura que possibilita fornecer todo o tratamento médico de que o custodiado necessita, não havendo que se falar em hipótese que seja necessária a concessão de prisão domiciliar para se possibilitar seu tratamento médico”, disse a juíza.

Já no caso de Hedilerson, a defesa pediu a revogação da prisão em decorrência da morte de sua mãe. A juíza, porém, apesar de se compadecer da situação dele, pontuou que isso não é motivo para a soltura.

“Lamentável a situação de um ser humano que perde a mãe, aquele ser a quem somos ligados desde quando somos gerados até o último momento de nossas vidas. Pensa-se que, seja uma das maiores dores que um ser humano pode passar nessa vida é a perda de sua mãe, porém, não obstante essa Magistrada se compadeça da dor por ele passada, tal situação não permite e não encontra amparo legal para a revogação da prisão preventiva para ‘fins humanitários’”.

A magistrada ainda destacou que desde o último dia 8 de agosto, quando houve decisão mantendo as prisões dos réus, não houve qualquer fato novo que justificasse a revogação da medida. Com base nisso ela manteve as prisões de Hedilerson e Etevaldo.

O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.

No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.

Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.