Cattani diz que CPI aponta ação de deputados e facções em invasões

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que irá entregar pessoalmente o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das invasões de áreas em Mato Grosso para os Ministérios Públicos de Mato Grosso (MPMT) e Federal (MP). Segundo ele, o documento já foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e será concluído em definitivo.  

“Eu quero ir para fazer os encaminhamentos pessoalmente, tanto no Ministério Público Estadual como no Federal. Só que precisava passar no CCJ, e se não me engano, já passou. Então, provavelmente na semana que vem, vamos entregar às autoridades”, disse essa semana.  

Cattani alega que, durante as investigações, ficaram comprovadas a participação de facções criminosas e agentes públicos municipais e estaduais em invasões no Estado.

“É uma participação muito fina entre as invasões e as facções criminosas, e também a participação de entes públicos em todas as esferas. Tanto municipal como estadual, incentivando, fomentando e torcendo para que esses marginais sigam o seu caminho de terror nas questões de invasão no estado do Mato Grosso”, pontuou.  

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O parlamentar já havia apontado que possíveis parlamentares estaduais estariam envolvidos com a invasão de terra. A declaração foi direcionada aos deputados Valdir Barranco (PSD) e Wilson Santos (PSD) por suas atuações na defesa da população em casos de despejos por decisões judiciais.  

O possível envolvimento de facções criminosas em invasões foi revelada pelo deputado Carlos Avallone (PSDB), membro da CPI. Segundo ele, a ligação ocorreu no Contorno Leste em Cuiabá, citando o caso do assassinato de João Antônio Pinto, 86, ocorrido em fevereiro de 2024.

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o investigador acusado pelo crime e o afastou das funções. Com as denúncias, a CPI das invasões urbanas e rurais do Estado de Mato Grosso foi instaurada na ALMT. Ao entregar o relatório final, o deputado Carlos Avallone afirmou que “está muito claro” o envolvimento do crime organizado nas invasões. Todas as informações serão agora enviadas aos órgãos competências.