diferentes países 09.11.2023 | 17h24
redacao@gazetadigital.com.br
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Investigação da Polícia Federal mostra que quadrilha investigada na Operação Hermes buscou contrabandear mercúrio de diferentes países. Há tratativas para compra do produto no México, Colômbia, Bolívia e China. Os sócios Ali Veggi Atala, Arnaldo Silva Veggi e Alberto Veggi Atala tiveram participação na direta na negociação, compra e transporte do mercúrio para o Brasil. Entrada ilegal da substância usada na extração de ouro ocorreu em frascos de shampoo, cartas de tinta e até em martelos.
Conforme as investigações, em uma de suas conversas com o pai, Ali, Arnoldo envia e apresenta uma série de vídeos feitos em uma fábrica clandestina de mercúrio localizada na Bolívia. No inquérito policial consta que o grupo subornou autoridades bolivianas para fraudar notas fiscais e conseguir alvará de funcionamento de empresa de importação. Droga entrada para o Brasil via San Matias, que passa por Cáceres.
Em dezembro de 2021, Arnoldou enviou fotos de um material, que ficou comprovado que era mercúrio metálico e toda a transação foi intermediada e gerenciada por Ali Veggi, com o auxílio de alguns comparsas bolivianos. Ele era o responsável por coordenar a entrada de grande quantidade de mercúrio ilegal para o Brasil.
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Arnoldo chegou a mandar um vídeo ao pai, em que uma pessoa injeta mercúrio no buraco de um martelo. Em seguida ele envia, para ALI, uma foto já com a ferramenta intacta, sem nenhuma marca de furo. Registro feito no México e dois martelos foram encaminhados ao Brasil.
Em julho de 2021, Alberto Veggi Atala, primo de Arnaldo e sobrinho de Ali, recebe uma mensagem de Arnaldo dizendo que ele conseguiu um novo fornecedor de mercúrio na Colômbia. Alberto seria o principal intermediador entre Arnaldo e os garimpeiros do Pará, fazendo a venda de botijas de mercúrio e o transporte clandestino até a área do garimpo.
No documento, ele explica como realizava a venda do mercúrio. “Normalmente eles vendem a primeira remessa com nota e as demais vendas para o mesmo cliente são quase sempre sem a confecção de nota", o que é irregular.
Em abril de 2022, Alberto envia o número de uma conta-corrente para Arnoldo depositar R$ 60 mil O depósito era para realizar o câmbio ilegal e disponibilizar capital na Bolívia para a compra de mercúrio ilegal e outros químicos negociados pelo GRUPO VEGGI.
Já em agosto de 2022, os primos conversaram sobre a falta de estoque no local e o aumento da demanda de mercúrio clandestino para os garimpos brasileiros, propondo trazer o material da China, embalado de maneira a não chamar atenção das autoridades.
É proposto para Alberto que ele fale com seu contado da China, para que ela envie "de 5 em 5 kg", embalados em potes de shampoo e ainda comemora. “ Se ela fizer isso, véio, nós estamos ricos. Fala pra ela mandar, véio, esse trem (sic)”.
A dupla ainda comenta que está negociando com uma fornecedora chinesa e que precisavam legalizar essa operação. Mas que seu contanto já enviou o produto pela via aérea, pelo aeroporto de Campinas/SP, mas ele retornou por não possuir as autorizações necessárias. Momento que Alberto questiona Arnaldo se a fornecedora chinesa poderia enviar em outro nome e em outro frasco.
Faltando alguns dias para a deflagração da Operação Hermes, Arnoldo tentava enviar mercúrio de forma “camuflada” pela transportadora DHL e informando que seria óleo hidráulico.
Porém, o contato chinês explicou que enviava mercúrio embaixo de uma carga de tinta na tentativa de ludibriar os órgãos de fiscalização. Alberto afirmou que a mulher (sem nome identificado) já tinha enviado para o Brasil várias vezes dessa forma.
Arnoldo ainda afirma que usará o mesmo método para enviar mercúrio de forma ilegal da Colômbia para o Brasil.
Operação Hermes
Na ação, a Polícia Federal investiga quadrilha que contrabandeava mercúrio e vendia aos garimpos do país, principalmente em Mato Grosso e Pará. O material não tinha qualquer registro e era comercializado indiscriminadamente entre grandes garimpeiros do país.
Durante a apreensão, 709 litros de mercúrio foram apreendidos com quadrilha.
Os alvos foram divididos entre fornecedores, sócios, financiadores, compradores e operacionais. Luis Antonio Taveira Mendes, filho do governador Mauro Mendes (União), é citado como sócio de empresa acusada de comprar mercúrio contrabandeado.
Estimativa da polícia é que a quadrilha tenha gerado ao erário dano de pelo menos R$ 5 bilhões.
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