75 dias sem aulas 25.12.2019 | 18h00
thalyta@gazetadigital.com.br
Em 2019 os estudantes e profissionais da educação estadual de Mato Grosso passaram pela maior greve da categoria. Foram 75 dias, superando os 63 dias das greves de 2013 e 2016, até então as maiores. Mais de dois meses depois do início da greve, os servidores voltaram aos trabalhos sem uma proposta concreta do governo. Confira como foi a paralisação.
20 de maio
Uma assembleia geral, realizada na Escola Estadual Presidente Médici, vota pela greve por tempo indeterminado. Na pauta de reivindicações, o pagamento da revisão geral anual (RGA) e o cumprimento da lei 510/2013, que previa o aumento dos salários além da inflação para dobrar o poder de compra dos educadores até 2024.
7 de junho
Governo anuncia o corte de ponto para o salário que estava programado para 10 de junho. No entanto, mesmo quem não aderiu à greve teve o salário cortado. Na época, o Estado alegou um erro no sistema e pediu para que as escolas ajudassem, enviando listas de frequência.
25 de junho
Os grevistas bloqueiam a BR-364 na saída de Cuiabá em uma manifestação que durou uma hora. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi chamada para ajudar a liberar a rodovia.
26 de junho
Educadores em greve bloqueiam a entrada da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) desde as primeiras horas da manhã e impedem os servidores do órgão de entrar. Por causa da manifestação, o expediente da Sefaz foi suspenso no período da manhã.
4 de julho
Protesto fecha as entradas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Nesse mesmo dia os grevistas passam a pedir doações de dinheiro e alimentos nos semáforos de Cuiabá e no interior, já que estão sem salários e muitos afirmavam não ter o que comer em casa.
12 de julho
Sem acordo com os grevistas, o governo divulga uma nota em que alegou não ter dinheiro suficiente em caixa para pagar a lei de carreira e a RGA. "Um professor ganha em média R$ 5.800, que é o dobro do que pagam as escolas particulares. Apesar disso, a qualidade do ensino médio em Mato Grosso só alcançou a vigésima primeira posição, entre os 27 estados do país", diz trecho da nota”.
18 de julho
Durante votação das alterações nos incentivos fiscais na Assembleia Legislativa, os grevistas tentam entrar no plenário. Há confusão generalizada e a segurança precisa intervir.
22 de julho
Um grupo de servidores protesta em frente ao Palácio Paiaguás. Alguns se acorrentam às grades da sede do governo e começam uma greve de fome.
23 de julho
Sem resposta dos deputados estaduais, os grevistas acampam na Assembleia e passam duas noites no local. Barracas são instaladas no gramado e alguns educadores dormem em colchões improvisados no plenário.
30 de julho
A desembargadora Maria Erotides Kneip declara a greve ilegal e determina o retorno ao trabalho em 72 horas, com multa de R$ 150 mil por dia de descumprimento. No entanto, os servidores permanecem em greve.
5 de agosto
De um lado, o governo afirma que não vai pagar e do outros os servidores mantêm a greve. Com 40% das escolas paralisadas, Mauro Mendes (DEM) ameaça demitir os grevistas e abrir processos administrativos disciplinares (PAD) por abandono do emprego.
9 de agosto
Após a promessa do governo de que pagaria a RGA e a lei de carreira assim que tivesse disponibilidade de caixa, os servidores realizam uma assembleia e aceitam a proposta. De concreto, apenas o pagamento dos salários. Sobram 42 dias de aulas para repor, o que deixa algumas escolas com aulas até fevereiro de 2020.
14 de agosto
Todos os servidores voltam ao trabalho e encerram oficialmente a greve.
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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