caso toni flor 21.02.2022 | 17h00
vitoria@gazetadigital.com.br
João Vieira
Nesta tarde de segunda-feira (21), a Justiça deu início à oitiva das testemunhas do assassinato do empresário Toni Flor, morto a tiros quando chegava para treinar jiu-jitsu, no dia 11 de agosto de 2020, em uma academia no bairro Santa Marta, em Cuiabá.
De acordo com o professor de Toni, Jeferson Jemes de Paula, eles estavam treinando clandestinamente durante a pandemia, e somente familiares saberiam do horário das aulas.
A esposa de Toni, Ana Claudia Flor, foi presa como mandante do crime. O plano da viúva envolveu uma amiga manicure e três criminosos, sendo que um deles – Igor Espinosa - é pistoleiro do Comando Vermelho responsável por apertar o gatilho contra Toni.
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Durante a oitiva, Jeferson detalhou que Toni foi seu aluno durante muitos anos e eles até mesmo frequentavam a casa um do outro. No entanto, o empresário teria se afastado das aulas de jiu-jitsu. O professor então passou a convidá-lo para treinar novamente e Toni voltou a frequentar a academia.
Por estar no auge da pandemia da covid-19, em que diversos comércios estavam fechados, foi organizado um calendário de treinos diferenciado, já que as aulas seriam realizadas de forma clandestina. Justamente por ser escondido, apenas familiares saberiam do treino.
“Só mesmo quem sabia era familiares. Todo mundo casado, então contavam pra esposa. Eu dava aula pra bastante policiais. Na época, o treino da gente era segunda, quarta e sexta-feira e na outra semana, terça, quinta e sábado. No dia que aconteceu a tragédia, foi uma terça-feira”, disse Jeferson.
Com o esquema das aulas em semanas alternadas, o empresário treinou segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira. Na outra semana, Toni teria avisado a mudança para Ana Claudia.
“Ele disse pra esposa que iria mudar para [a semana] de terça, quinta e sábado. Quem me contou, com riqueza de detalhes, foi a própria Ana. No velório, ela me contou. O nosso treino foi na terça-feira, e ele chegou lá e na semana anterior, ele foi de moto. Por incrível que pareça, na semana da terça, quinta e sábado, ele foi de carro”, recorda.
Jeferson chegou atrasado no dia, preso no trânsito da avenida Miguel Sutil. No entanto, outros dois alunos teriam chegado mais cedo na academia, para limpar os tatames. Toni chegou em seguida, quando foi abordado por um motociclista que aguardava na calçada.
“Toni chegou mais cedo, deixou o carro no outro lado da rua e foi o acontecido. O motoqueiro já estava esperando por ele. Os dois alunos chegaram a cumprimentar o cara de moto, deram bom dia. Quando eu estava chegando, aconteceram os tiros que acertou ele, que saiu correndo para a academia”, diz o professor.
Ferido com os disparos, Toni ligou para Ana Claudia informando o ataque. Ele repassou várias senhas e pediu para que ela cuidasse dos filhos.
O treinador socorreu Toni e o levou no carro do empresário para o Hospital Municipal de Cuiabá. Foi nesse momento que Jeferson indagou a Toni se ele teria feito alguma “coisa errada”, ao que o empresário respondeu que foi confundido com um aluno da academia.
O aluno era um policial, que teria um carro parecido com o de Toni.
“Nesse momento, o tempo todo eu perguntei ‘o que você aprontou?’ Ele disse que não fez nada, confundiram ele com outro colega, confundiram com o carro que é igual. Eu falei ‘como cara?’ e ele disse que tinha certeza que era pra ele [o outro aluno], que não fez nada de errado, você me conhece”.
Ainda de acordo com Jeferson, um dos alunos teria reparado na presença do motociclista semanas antes. “Inclusive depois do fato, um aluno meu que foi na semana anterior, disse olha professor, esse cara que atirou no Toni está aqui desde semana passada sondando”.
Apesar de próximos, o treinador afirma que eles não tinham muita intimidade para comentarem sobre seus respectivos casamentos. Jeferson frequentou a casa de Toni somente duas vezes.
O caso
Toni Flor foi morto a tiros quando chegava para treinar pela manhã na academia, em Cuiabá. O caso foi registrado em agosto de 2020, sendo que a viúva do empresário é a principal suspeita de encomendar o assassinato.
O primeiro preso, Igor Espinosa, deu detalhes de como executou a vítima, incluindo como fez a negociação com Ana Claudia.
Ele estava sentado no meio-fio da academia, no bairro Santa Marta, quando abordou o empresário dizendo “perdeu”. Em seguida, disparou 5 vezes contra a vítima.
Depois fez uma videochamada com Ana Claudia e mais dois intermediadores. O acordo era R$ 60 mil, distribuídos em R$ 20 mil para cada.
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