Gaeco denuncia WT e mais 25 membros de quadrilha que movimentou R$ 65 milhões

O promotor de Justiça João Batista de Oliveira, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) ofereceu denúncia contra Paulo Witer Farias Paelo, o “WT”, e contra outros 25 alvos da Operação Apito Final, que mirou uma organização responsável pelo tráfico de drogas em Cuiabá. Por meio de ações criminosas, o grupo movimentou R$ 65 milhões. O representante do Ministério Público considerou a “gravidade e dimensão” dos atos praticados pela organização.

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Além de WT também foram denunciados o ex-servidor municipal Jeferson da Silva Sancoviche, a advogada Fabiana Felix de Arruda Souza, a esposa de Paulo Witer, Cristiane Patrícia Rosa Prin, entre outros.

A operação foi deflagrada no último dia 2 de abril e cumpriu 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos. Alguns deles, como o garagista Joventino Xavier, já foram soltos, no entanto outros continuam presos.

O representante do Gaeco destacou que o grupo, no período de 2021 a 2023, movimentou bens e valores para dissimular e ocultar a origem do dinheiro, qual seja, o tráfico de drogas.

“Promoveram e integraram, pessoalmente, organização criminosa liderada por Paulo Witer Farias Paelo, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas entre si, com a finalidade de obter vantagem mediante especialmente a prática do crime de lavagem de capitais oriundos das atividades ilícitas da facção criminosa ‘Comando Vermelho’”, descreveu o promotor.

As investigações começaram no início de 2022 após uma equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) tomar conhecimento, por meio de denúncia anônima, que WT, que já era conhecido como integrante do Comando Vermelho, havia retomado sua atividade na facção com uma nova função, a de tesoureiro geral. Além da contabilidade ele também era responsável pela arrecadação de valores oriundos do tráfico.

Nas apurações foram identificadas pessoas que forneceram nomes para registros de veículos que eram utilizados por WT e sua esposa, além de fazerem o mesmo para a compra de imóveis onde o casal residiu. Também foram identificados outros integrantes responsáveis pelo tráfico e pela lavagem de dinheiro.

“Pesquisas nas redes sociais, ferramentas de consultas e períodos de vigilância nos locais de residência de ITA, revelaram que ele tem um padrão de vida elevado, ostentando festas, viagens, e principalmente veículos de luxo, os quais se encontravam registrados em nome de terceiros, o que reforçou a tese de ocultação de patrimônio ilícito, eis que Paulo não possui nenhum emprego formal registrado e, como se sabe, havia recém conquistado sua liberdade”.

O promotor pontuou que não cabe acordo de não persecução penal (ANPP) a nenhum dos denunciados, considerando a “gravidade e dimensão dos delitos praticados por esta organização criminosa, a qual está diretamente vinculada à maior facção criminosa do Estado”.

Veja a lista de denunciados:

ALEX JÚNIOR SANTOS DE ALENCAR, VULGO “ALEX SOLDADO”
ANDREW NICKOLAS MARQUES DOS SANTOS
CLEYTON CÉSAR FERREIRA DE ARRUDA
CRISTIANE PATRÍCIA ROSA PRINS
EMANUELE ANTÔNIA DA SILVA,
EMERSON FERREIRA LIMA, VULGO “GORDINHO” OU “GD”
EMILLY VITÓRIA SANTOS ALVES
ERISSON OLIVEIRA DA SILVEIRA, VULGO “TCHÊ”
FABIANA FÉLIX DE ARRUDA SOUZA
FABIANA MARIA DE CERQUEIRA DOS SANTOS
FAGNER FARIAS PAELO
JAIANE SUELEN SILVA DE ARRUDA
JEAN MARCEL NEVES CONRADO
JEFERSON DA SILVA SANCOVICHE
JONAS CÂNDIDO DA SILVA
JOVENTINO XAVIER, VULGO “GAUCHINHO”
LUIZ FERNANDO DA SILVA OLIVEIRA
MARIA APARECIDA COLUNA ALMEIDA
MÁRIO HENRIQUE TAVITO DA SILVA
MAYARA BRUNO SOARES TROMBIM
MICHAEL RICHARD DA SILVA ALMEIDA
PAULO VINÍCIUS GABRIEL DE ARAÚJO
RENAN FREIRE BORMAN
TAYRONE JÚNIOR FERNANDES DE SOUZA
THASSIANA CRISTINA DE OLIVEIRA ARRUDA
PAULO WITER FARIAS PAELO, VULGO “ITA”, “WT” OU “FIEL”