CASO RENATO NERY 20.06.2025 | 17h10
mariana.lenz@gazetadigital.com.br
João Vieira
O juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá Especializada Justiça Militar, negou o pedido do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) para nova prisão dos policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, envolvidos em suposto confronto relacionado a morte de Renato Nery. Na mesma decisão, do dia 18 de junho, o magistrado recebeu a denúncia e os tornou réus no processo e designou audiência de instrução para o dia 12 de agosto de 2025.
O magistrado reconheceu que, embora fundamentada a denúncia, descrita como de forma suficiente os fatos criminosos e suas circunstâncias, bem como a qualificação dos acusados e a classificação dos crimes imputados, os fatos citados não justificam a segregação dos envolvidos.
“Os acusados são tecnicamente primários, têm endereço fixo, raízes no distrito da culpa e integram os quadros da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, o que significa que têm endereço certo e conhecido. Não vislumbro risco à garantia da ordem pública, constando que os réus já estão afastados de suas funções. Não vislumbro, também, qualquer risco à instrução processual ou à aplicação da lei penal que não possa ser prevenido por medidas cautelares diversas da prisão”, afirmou.
Diante disso, o juiz reforçou as medidas cautelares adversas da prisão há impostas aos investigados, como uso de tornozeleira eletrônica e porte de arma suspenso. Além disso, citou os réus e designou audiência de instrução para o dia 12 de agosto de 2025, às 14h, de forma presencial, no plenário da 11ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
O caso
No dia 5 de julho de 2024, por volta das 9h, Alex Roberto de Queiroz Silva esteve em frente ao escritório de advocacia do advogado Renato Gomes Nery, 72, na avenida Fernando Correa da Costa, e o executou com tiros de uma glock com adaptar de automação para tiros em rajada, causando sua morte no dia seguinte ao fato. O plano teria sido elaborado sob a intermediação direta do PM Heron Teixeira Pena Vieira. Alex trabalhava em uma chácara de propriedade de Heron.
Já na madrugada do dia 12 de julho de 2024, no km 704 do Contorno Leste, próximo ao bairro Pedra 90, os PMs Jorge, Wailson, Wekcerlley e Leandro, integrantes do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM), executaram o adolescente Walteir Lima Cabral e tentaram contra a vida de outros dois sendo eles P.E.S.S. e J.M.O.M.S. Os militares teriam chegado até o grupo após uma denúncia de furto de um veículo gol branco e perseguido os criminosos até o local onde ocorreu suposta troca de tiros, que resultou na morte do menor e outros dois feridos. A arma usada na morte do advogado foi achada no local e atribuída a um dos criminosos.
Conforme noticiou o , a acusação contra o grupo envolve uma suposta simulação de confronto com o objetivo de inserir a arma utilizada no crime contra Renato Nery no local. Em reportagem de 4 de junho deste ano, o
expôs uma série de graves fatos noticiados após perícia no celular dos envolvidos, como a criação de um grupo de WhatsApp denominado "Gol branco", contendo áudios comprometedores e pesquisas relacionadas à morte de Renato Nery.
Os militares tiveram as prisões revogadas em 29 de maio deste ano após decisão do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele entendeu que não havia novos elementos ou fatos que demonstrassem risco decorrente da liberdade dos acusados. Diante disso, o MP buscava a revogação da medida e nova prisão dos envolvidos.
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Emerson José de Siqueira - 20/06/2025
Esses safados mereciam aguardar o julgamento atrás das grades.
1 comentários