DEMANDA ESPONTÂNEA 01.02.2025 | 13h15
redacao@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira
O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou que está mantida a ordem para atendimentos de demanda espontânea nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Cuiabá. Apesar das manifestações contrárias do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), o prefeito garantiu que não existe confronto e que sua ordem está conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.
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Por meio de nota, o CRM afirmou que as UBSs não possuem a mesma estrutura que as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), como, por exemplo, para realização de exames, e por isso não poderiam receber o mesmo tipo de paciente. Ainda acusou o prefeito de “criminalizar” e responsabilizar os médicos pelo caos na saúde da Capital, após ele ameaçar penalizar as equipes que recusarem oferecer socorro a pacientes em demanda espontânea.
Já o Sindimed disse que a ordem do prefeito pode prejudicar pacientes crônicos e sobrecarregar as unidades. O sindicato ainda pediu investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a aplicação de recursos de postos de Programa Saúde da Família (PSF).
Essa semana, o prefeito Abilio voltou a defender seu posicionamento, destacando que enquanto as UPAs estão lotadas, existem UBSs vazias.
“Não é uma guerra contra os médicos, isso é importante deixar claro. Mas entenda bem, é justo um médico da UPA atender 60, 70 paciente de classificação verde, enquanto o médico da Unidade Básica de Saúde atende uma média de 7 ou 8 pacientes de demanda espontânea? Não é justo. Não é justo para o profissional que está lá na UPA sofrendo, enquanto o profissional da Unidade Básica de Saúde tem uma realidade diferente. Sem falar que quem trabalha na Unidade Básica de Saúde ganha mais”, disse Abilio.
O prefeito pontuou que, de fato, as UBSs não possuem estrutura para atendimentos de urgência, no entanto, o próprio Ministério da Saúde determina o atendimento de pacientes de casos com pouca urgência nestas unidades.
“A UBS não é para atendimento de urgência, mas a portaria 28 do Ministério da Saúde deixa claro que as Unidades Básicas de Saúde têm que atender a demanda espontânea. Acontece que a demanda espontânea, se for na UPA, é classificada como classificação verde, que é de pouca urgência. Então a UPA classifica o mesmo paciente da UBS como classificação verde ou azul (...). Não estou falando 'ah tem que atender a classificação verde na Unidade Básica de Saúde'. Eu estou dizendo é que o paciente classificação verde, ele é um paciente de demanda espontânea na Unidade Básica de Saúde e tem que atender”, esclareceu.
Abilio destacou que esta medida é ainda mais necessária considerando a crise de dengue e chikungunya, sendo que para este cenário já há uma portaria do Ministério da Saúde determinando que casos destas doenças também sejam atendidos nas UBSs. O prefeito disse que os atendimentos por agendamento continuam normalmente, mas que não pode mais aceitar ver UPAs lotadas e UBSs vazias.
“Porque essa luta gente? Eu não estou de modo algum precarizando a Unidade Básica de Saúde e a atenção primária do SUS. De modo algum! (...) Não tem confronto nenhum, nem com o CRM, nem com o sindicato, nem nada, inclusive eu vou disponibilizar essas câmeras para o CRM (...), só estou esperando ver a legalidade disso (...). Qualquer pessoa que veja a UPA lotada, como a gente vê, e vê a UBS vazia como a gente vê, qualquer pessoa sente constrangimento sobre isso”.
Um novo atrito ocorreu entre as partes ainda nesta semana, depois que o CRM divulgou que uma paciente faleceu após ser atendida em uma UBS. Abilio afirmou que foi vítima de fake news e disse que a paciente veio a óbito após ter ficado um dia internada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Apesar disso o prefeito garantiu que não quer guerra com o CRM.
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