Deputado cita 'perseguição' e reclama de relação entre o governo e AL; 'viramos chacota'

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) desabafou na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para denunciar a "perseguição" que o Legislativo vem sofrendo por parte do governo do Estado de Mato Grosso, sob comando do governador Mauro Mendes (União Brasil). O líder do PT na Casa afirmou que o parlamento vem sendo "pisado e esculhambado" pelo chefe do Executivo Estadual por rejeitar suas propostas e derrubar seus vetos.

Em sua fala, Barranco denunciou que desde 2019, ano que Mauro assumiu o Palácio Paiaguás, sempre sentiu a estranheza na relação entre os Poderes, o que, segundo ele, aumentou nos últimos anos. Como exemplo, Barranco lembrou dois episódios recentes como as críticas do governador pela votação secreta na derrubada do veto que restringia mercadinhos em penitenciárias e o ingresso de ADIN no STF pelas emendas de bancadas.

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“Quero usar esse espaço do grande expediente para desabafar um pouco sobre a forma que esse parlamento e nós parlamentares deputados estaduais tem sido tratado pelo governador do Estado, Mauro Mendes, ao longo do seu governo e de modo mais agressivo, nesses últimos meses. O governador Mauro Mendes não respeita o parlamento estadual, não nos respeita. Há poucos dias eu disse que se ele quisesse fazer alterações no regimento interno da Casa, ele candidate a deputado estadual e ocupe uma das cadeiras para fazer isso”, disse o deputado.

Segundo o petista, já é recorrente as vezes em que a Assembleia caminha no sentido contrário das decisões do governo, Mauro vai para a imprensa tecer críticas em forma de chacota aos deputados atribuindo inclusive adjetivos como "caboclos", referindo indiretamente na desqualificação dos parlamentares.

“O que ele não pode, é todas as vezes que esse parlamento, a partir da iniciativa de qualquer um de nós em aprovar um projeto de lei, ou derruba um veto interposto por ele, ir à imprensa, fazer chacota, esculhambar com essa Casa. O governador há uns dias atrás chamou a treze colegas, me incluo entre eles, de caboclos. Não sei se ele falou em caboclo no sentido espiritual, ou no sentido de matuto, mas ficou evidente no seu sorriso sarcástico na entrevista, de que ele está zombando de nós, pisando em nós. Isso é inadmissível” , continua.

Por fim, Barranco termina seu desabafo defendendo que a Casa de Leis siga com sua autonomia e não torne ‘um puxadinho’ por pressão externa.

“Não podemos aceitar que o governador do Estado ache que essa assembleia é um puxadinho e que nós somos os seus empregados que ele pode esculhambar do jeito que quiser. Ele vem fazendo ataque a todas as legislações que aprovamos aqui. Ele fala mal, desclassifica e ingressa com ações, agora novamente ingressou com ADIN no Supremo Tribunal quanto nossa emenda de bancada”