INVASÃO DE TERRAS 07.09.2025 | 08h58
pablo@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira
O juiz federal de Diamantino (208 Km a médio-norte de Cuiabá), Mauro César Garcia Patini, suspendeu a ação de reintegração de posse contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), acusado pelos irmãos Fábio e Fabiano Bresio de ter tomado seus lotes no Assentamento Pontal do Marape, em 2012. A decisão atende a ação movida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que alega ter direito ao imóvel em disputa. Ou seja, as propriedades rurais não são nem do deputado, nem dos irmãos.
“Determino a suspensão do presente feito, por tempo indeterminado, até que a ação de oposição atinja o mesmo estágio procedimental da presente ação, permitindo-se, assim, a realização de instrução única e julgamento conjunto, conforme dispõe o art. 685 do Código de Processo Civil”, diz trecho da decisão.
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A ação de reintegração de posse também tem como alvo Arnaldo João Pozzebon, Ane Carolina Leite da Silva e Vinícius Antônio Pozzebon, que já apresentaram contestações, especificaram as provas que pretendem produzir e testemunhas. Já Cattani asseverou não ter provas a produzir.
Os irmãos Bresio alegam que os lotes em disputa lhes pertencem desde setembro de 2012, sendo que em novembro de 2013 foram contemplados pelo Incra.
No processo de reintegração, os irmãos alagam que, em junho de 2019, teriam deixado os lotes para ir a um casamento. Durante a ausência, a propriedade foi ocupada por Arnaldo João Pozzebon, com aval e anuência do deputado Cattani, que na época era presidente da Associação Geral da Agricultura Familiar do Pontal do Marape.
Segundo os dois, Cattani coagiu Fabiano Bresio, que seria analfabeto, a assinar um termo de desistência do lote para que oficializasse a posse para Vinicius Pozzebon e sua esposa, Ana Carolina Leite da Silva. Os irmãos Bresio ainda afirmam que nunca receberam o valor de R$ 550 mil, supostamente pagos como ressarcimento pelos investimentos já feitos na área.
Desde que o caso veio à tona, Gilberto Cattani nega as acusações e sua defesa afirma que ele é parte ilegítima para figurar nas ações. “Estamos tranquilos quanto às infundadas acusações, posto que despidas de documentos probantes. Continuaremos a exercer nosso direito a ampla defesa e ao contraditório, e confiamos no Poder Judiciário para o fiel cumprimento das leis e da constituição", emitiu nota na época.
O deputado bolsonarista condena invasões agrárias, critica o Movimento Sem Terra (MST) e cobra punição ocupantes clandestinos.
Comprar ou vender lotes do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) de forma irregular pode ser enquadrado como crime.
Os agricultores que recebem o lote da reforma agrária comprometem-se a morar na parcela e a explorá-la para seu sustento, utilizando mão de obra familiar.
Até a emissão do título de domínio, o lote pertence ao Incra. Portanto, sem o documento o beneficiário não pode vender, alugar, doar, arrendar ou emprestar sua terra a terceiros.
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