último conselheiro reempossado 03.11.2021 | 13h18
pablo@gazetadigital.com.br
TCE
Em seu primeiro discurso após retornar ao cargo do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), o conselheiro Sérgio Ricardo afirmou que a sua vaga na Corte de Contas foi conquistada legitimamente após ser indicado por unanimidade pela Assembleia Legislativa em 2012.
"Cheguei aqui por ser quem eu sempre fui. Essa cadeira é minha, é conquistada. O único capital que usei para estar aqui foi o capital político, o capital de credibilidade que eu tinha dentro da Assembleia", disse Sérgio Ricardo em sua primeira sessão após o retorno na semana passada.
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O conselheiro estava afastado desde janeiro de 2017, sob acusação de ter comprado a sua vaga por R$ 15 milhões, com aval do então ex-governador Blairo Maggi. "A minha votação foi unânime. Vim pra cá por vontade de todos os deputados. Se existe legitimidade, ela está aí", completou.
Ricardo ainda mandou um recado indireto para os deputados da Assembleia, dizendo que só saíra da cadeira após ser aposentado compulsoriamente. Ou seja, quando completar 75 anos. "Já faço um comunicado aqui. Só sairei dessa cadeira aos 75 anos, e vai demorar um pouco até chegar. Então a quem interessar, vai demorar um pouco. Já fica o comunicado", disse.
Sérgio Ricardo afirmou que não se sente injustiçado pelo afastamento desde 2017. Segundo ele, o caso já é uma página virada e que retorna à Corte de Contas bem melhor do que entrou, em 2012. "Sou admirador de personagens bíblicos, não que eu seja religioso. Mas em Mateus tem uma passagem que diz que ninguém chega à terra prometida sem antes passar pelo deserto. A bíblia também diz que nem tudo é perda, as vezes é livramente. Prefiro pensar assim", disse.
Sérgio Ricardo conseguiu retornar ao TCE após decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, que suspendeu a decisão da justiça estadual de janeiro de 2017, que o mantinha afastado. Ele estava afastado há 4 e 9 meses anos por conta de medidas cautelares cautelares no âmbito da 12ª fase da Operação Ararath. Já no dia 22 de outubro, o juiz da 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, derrubou a última cautelar contra ele,no âmbito da denúncia por compra de vaga na esfera federal, sacramentando assim o seu retorno.
Além da denúncia de compra de vaga, Sérgio Ricardo e outros 4 conselheiros foram retirados do cargo, por força de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, durante a 12ª fase da Operação Ararath, denominada Malebolge.
Além dele, José Carlos Novelli, Antônio Joaquim e Walter Albano foram acusados por corrupção passiva, sonegação de renda, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os conselheiros foram entregues pelo ex-governador Silval Barbosa, em delação premiada, por terem condicionado a continuidade das obras da Copa do Mundo de 2014 ao pagamento de R$ 53 milhões em propina.
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Marlan - 03/11/2021
...Então o ex governador Silval Barbosa, teria mentido para a Justiça em sua "delação premiada"???...Vai saber. O que a sociedade sonha e almeja é que os Conselheiros desses Tribunais (TCE, TCU, etc) sejam SELECIONADOS através de concurso público de provas e títulos e não escolhidos politiqueiramente. Enquanto assim for escadalos serão uma constante, infelizmente.
Fernando Borges - 03/11/2021
Infelizmente tudo isso que aconteceu só confirma o quanto o TCE/MT tem sua imagem arranhada por conta da corrupção e impunidade. Difícil acreditar na justiça brasileira.
Flávio Benedito de Souza - 03/11/2021
No oitavo círculo do Inferno punem-se diversos pecadores: os simoníacos, os ladrões, os hipócritas, os corruptos, os rufiões, os sedutores, os lisonjeiros, os falsários e maus conselheiros, e aqueles que disseminaram a discórdia em vida. Os condenados deste círculo passarão o resto da eternidade tendo seus corpos roubados.
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