esperam justiça em júri 12.06.2025 | 13h58
redacao@gazetadigital.com.br
Marcus Vaillant
Diante da decisão do juiz Leonísio Salles de Abre Júnior, de submeter o advogado Cleber Figgueiredo Lagreca à juri popular, familiares da empresária Elaine Stelatto Marques, 45, afirmam que confiam na Justiça, para punir o acusado de homicídio. Em nota divulgada nesta quinta-feira (12), parentes repudiam a conduta da defesa do réu em atenuar o crime e reiteraram que "Elaine lutou, mas não conseguiu se defender de tanta violência".
A família considera que a decisão do juiz é um grande passo no enfrentamento à violência contra a mulher e que isso demonstra a seriedade do Poder Judiciário diante de casos tão graves.
“Em relação às tentativas infundadas da defesa do réu de excluir os crimes de estupro, feminicídio e fraude processual, ressaltam que os elementos reunidos no processo são contundentes: Elaine lutou, mas não conseguiu se defender de tanta violência, como indicam os laudos periciais e as lesões identificadas em seu corpo”, diz trecho da nota.
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Eles reafirmam que ela foi vítima de feminicídio, e que o caso de Elaine não foi isolado, mas “parte de uma realidade que ainda silencia e apaga muitas vozes”. Reforçam, ainda, que mesmo que a decisão seja um passo importante, eles ainda aguardam esperançosos por justiça.
Decisão
Cleber Figueiredo Lagreca, indiciado pelo feminicídio de Elaine Stelatto Marques, 45, em 2023, no Manso, em Chapada dos Guimarães, vai a júri popular, após decisão do juiz Leonísio Salles de Abre Júnior. O pedido de prisão domiciliar foi negado.
“Diante do exposto, considerando a gravidade dos fatos, a necessidade da manutenção da prisão para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, bem como o risco de que o réu não seja localizado para ser submetido ao julgamento pelo Tribunal do Júri, indefiro os pedidos de revogação da prisão preventiva e de concessão de prisão domiciliar humanitária”, diz trecho do documento.
O magistrado ainda citou a “extrema periculosidade” de Lagreca, evidenciado no modus operandi do feminicídio cometido contra a empresária, bem como pela tentativa de alterar a cena do crime para induzir o erro da perícia, configurando fraude processual.
“A gravidade dos fatos é inconteste. Tais circunstâncias demonstram não apenas frieza e o desprezo pela vida humana, mas também uma clara intenção de obstruir a Justiça”, citou Salles.
O caso
Elaine Stelatto morreu no lago do Manso, região de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte de Cuiabá), e inicialmente a ocorrência foi registrada como afogamento. Cleber, que estava com ela, contou aos investigadores que a empresária estava amarrada em uma corda, sendo puxada por uma embarcação, quando se afogou.
No entanto, exame de necropsia realizado no corpo de Elaine contestou o depoimento. Família e amigos também não acreditaram na versão. Um dos pontos divergentes é que o corpo da vítima tinha diversos ferimentos.
Ele só foi preso em setembro de 2023, hospedado em um hotel próximo ao terminal rodoviário de Cuiabá. Ele nega que cometeu o crime, embora todos os elementos dos autos o apontam como autor.
Veja nota completa da família de Elaine Stelatto.
A família e amigos da empresária Elaine Stelatto reiteram sua confiança na Justiça. A decisão que pronunciou Cleber Lagreca ao julgamento pelo Tribunal do Júri representa um passo firme no enfrentamento à violência contra a mulher e demonstra a seriedade do Poder Judiciário diante de casos tão graves.
Em relação às tentativas infundadas da defesa do réu de excluir os crimes de estupro, feminicídio e fraude processual, ressaltam que os elementos reunidos no processo são contundentes: Elaine lutou, mas não conseguiu se defender de tanta violência, como indicam os laudos periciais e as lesões identificadas em seu corpo.
Elaine foi vítima de feminicídio — um crime que representa uma das formas mais cruéis de violência contra a mulher. Sua morte não foi um caso isolado, mas parte de uma realidade que ainda silencia e apaga muitas vozes. Embora a decisão de pronúncia represente uma importante conquista, seguimos mobilizados e esperançosos por Justiça. Por Elaine, e por todas as mulheres que não podem mais falar.
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