MORTE DE MIRELLA 09.12.2021 | 14h08

jessica@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira/Reprodução
O julgamento da ré Jaíra Gonçalves de Arruda Oliveira, acusada de envenenar a enteada Mirella Poliane Chuê de Oliveira até a morte - com 11 anos à época -, começou nesta quinta-feira (9) com o depoimento da avó materna da vítima Claudina Chue Marques. Em seguinda, foi ouvida a neuropediatra Viviane Cabral Quixabeira. O crime ocorreu em 2019. A acusação aponta que a madrasta queria a morte da adolescente para ficar com a herança da menor.
A polícia apontou no inquérito que Jaíra buscava o acesso a cerca de R$ 800 mil, dinheiro que a enteada recebeu a título de indenização devido à morte da mãe ocorrida durante o parto, por erro médico.
A médica revelou que a madastra insistia em laudo que apontasse alguma doença da menina. Segundo a profissional, exames corriqueiros não constam caracteríticas de envenenamento. Porém, percebeu insistência da madrasta em buscar laudo que apontasse alguma doença da menina Mirella Poliane Chuê de Oliveira, morta em 2019.
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Mirella morreu aos 11 anos após, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), depois de passar 3 meses recebendo doses do pesticida carbofunaro, de uso proibido no país.
A menina apresentava náuseas, vômito, diarreia e convulsões que geraram várias internações para investigação de doenças neurológicas.
A cada internação, ela se recuperava rapidamente, o que intrigava os médicos, pois não havia conclusão de qual era o problema de saúde da menina. Doenças cerebrais não têm recuperação tão rápida, como relatou a médica Viviane Cabral.
A médica contou que tratou a menina no pronto atendimento do Hospital Femina. Na época, a menina tomava remédio para convulsão e a profissional mandou suspender todos os medicamentos. Contudo, posteriormente a madrasta seguia oferecendo remédio para a menina com receita de outro hospital.
Viviane Cabral relatou que nunca desconfiou que a menina estivesse sendo envenenada. Ela disse que exames de sangue apontam se há algum distúrbio no funcionamento do corpo devido a problema de saúde, mas no caso de envenenamento é preciso exames toxicológicos específicos, pois, não aparecem em testes comuns.
“Nunca. Depois que isso aconteceu, foi um ensinamento. Mas quando a gente lida com crianças a gente vê mãe querendo que ficar doente para o pai ir lá para chamar atenção do pai. Nunca passou pela cabeça que ela estava sofrendo assim. [...] Era nítido a necessidade de ter um laudo, ter um motivo. Pra mim, isso foi muito claro”, explica sobre a necessidade da madrasta de ter um laudo comprovando alguma doença da menina.
Em 27 de maio, a médica deu alta para a menina. Ela estava bem, andando, alegre, mas no dia seguinte a médica disse que encontrou a madrasta e vítima de novo no estacionamento do hospital. Ela disse que era para a ré levar a menina ao seu consultório no dia seguinte, mas ela nunca mais apareceu.
A médica explicou que Mirella não tinha comportamento que sugerisse algum problema com a madrasta.
“Ela era um docinho, conversava. Ela era muito carinhosa. A avó também cuidava. Na menina em si, não vi nenhum comportamento que demonstrasse esse contexto de sofrimento”, destaca.
Em depoimento, a médica disse que um comportamento diferente da madrasta é que ela não se importava com os efeitos dos remédios e com o quadro da menina. Geralmente os familiares perguntam muito, querem saber se a criança vai ficar dopada, para que é tal remédio e exame.
Outro ponto estranho era que os exames feitos na menina e o comportamento e os sintomas não “batiam”. Em um dia, ela estava muito mal e melhorava rapidamente, mas os exames não sugeriam nada anormal no organismo na menor.
Sem sucesso no diagnostico da menina, a Jaira a levou para consultar em São Paulo, com profissional que encontrou na internet. “Isso foi estranho, porque temos vários neurologistas aqui”.
Em seu depoimento, a médica afirma que após o caso de Mirella o hospital adotou exame toxicológico quando não se há resposta sobre o quadro clínico.
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