Gleba Pelissioli 05.05.2025 | 14h50
redacao@gazetadigital.com.br
Divulgação
Mesmo após 16 anos de batalhas judiciais, decisões favoráveis em duas instâncias e o reconhecimento da posse pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), a reintegração de posse da Fazenda Fartura, pertencente à Agropecuária São Sebastião e localizada em Santa Terezinha (1.206 km de Cuiabá), não foi executada. O motivo: manobras protelatórias por parte dos invasores e inércia da Comissão Regional de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que até o momento não viabilizou o cumprimento da ordem judicial.
No último dia 16 de abril, foi realizada nova reunião da Comissão de Soluções Fundiárias, oportunidade em que a Agropecuária São Sebastião se comprometeu a fornecer todos os meios para facilitar a desocupação, inclusive com o pagamento de aluguel social para as pessoas que comprovarem necessidade. Foi determinado ainda que a Secretaria de Segurança Pública faça um Estudo de Situação, para auxiliar no planejamento da desocupação.
A área invadida, conhecida como “Gleba Pelissioli”, já registra cerca de 6 mil hectares de desmatamento ilegal, segundo o Ministério Público e o IBAMA. Os invasores, que se autodenominam pequenos produtores, transformaram a região em latifúndios irregulares para criação de gado, construção de pesqueiros e extração ilegal de madeira, inclusive dentro da área de preservação permanente da fazenda.
A Fazenda Fartura, é considerada um laboratório vivo da biodiversidade amazônica. Desde 2009, abriga um programa de monitoramento coordenado pelo Museu de Zoologia da USP, que já identificou 570 espécies de aves (o maior número do Brasil e o segundo da América Latina), além de 57 espécies de mamíferos, sendo 13 em risco de extinção.
Apesar de todo o valor ambiental e científico da propriedade, os invasores seguem utilizando mecanismos legais e apoio político local para prolongar a permanência no local. Um exemplo recente foi o pedido de dilação de prazo feito pela Prefeitura de Santa Terezinha para concluir o cadastramento social de famílias na área, tarefa determinada pela juíza da 2ª Vara Cível de Cuiabá. O município alegou falta de recursos e equipamentos, embora tivesse tido tempo hábil para concluir o trabalho.
Além disso, vídeos nas redes sociais mostram o prefeito da cidade, ao lado de um deputado estadual, incentivando a resistência à reintegração de posse. “Isso levanta sérias dúvidas sobre o comprometimento das autoridades locais com o cumprimento da ordem judicial”, afirma Maurozan Cardoso da Silva, advogado da Itapura Agropecuária.
No dia 22 de novembro de 2024, um dia após novo flagrante de crime ambiental com retirada ilegal de madeira, a Comissão de Soluções Fundiárias esteve na fazenda para uma visita técnica. A promessa era a elaboração de um relatório para subsidiar mediações futuras. No entanto, até agora, a execução da decisão continua estagnada, enquanto a área segue sendo degradada e a biodiversidade local ameaçada.
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Fernando - 10/05/2025
A justiça nao sendo justiça, pois dar uma area que é publica para uma fazenda riquíssima e tirar dos pobres as terras que eles possuem como sua unica fonte de renda desde 2008 atraves da agricultura familiar. É o velho ditado a corda so quebra do lado mais fraco. Sendo que na verdade o grileiro é a fazenda fartura e fica se fazendo de vitima.
Gerson - 10/05/2025
Essa fazenda é opressora, ela usa de artemanhas para expulsa os camponês das terras,cosertsa ela está colocando os funcionários dela para está opinando com comentários afavor dela e denegrindo a emagem dos camponeses, esse é o feitio dela.
Gerson Figueiredo - 10/05/2025
Eu fico endiguinado com certas matérias que são publicadas, pois sou da região e conheço os verdadeiros fatos, essas terras não pertencem a essa fazenda, pois são terras públicas do estado do Mato Grosso, mas como a fazenda tem grande enterece nesta área de terra eles criam todos os meios para tirar os trabalhadores da agricultura familiar que estão nesta terra, uma grande covardia da parte desta fazenda, pois a terra pertencem por direito aos camponeses que ali estão.
Marizete Dias Ferreira Wanderley - 10/05/2025
Essa fazenda tá querendo tomar atravez do seu dinheiro, a terra a onde vive esse povo , terra pública essa fazenda não tem documentos dessa área de terra e nem a posse , o que ela tem é dinheiro , interesse de tomar a terra para plantar soja .
4 comentários