relação turbulenta 25.08.2025 | 10h21
pablo@gazetadigital.com.br
Otmar de Oliveira
Atual crise entre o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e a vice-prefeita Coronel Vânia Rosa (Novo), remonta a outros períodos de enfrentamentos políticos no Palácio Alencastro. Nos últimos 20 anos, três momentos expuseram racha, alguns deles terminando como desafetos políticos até os dias atuais.
Recentemente, Abilio exonerou a vice do cargo de Secretária de Mobilidade Urbana, após desentendimentos dela com a Câmara de Cuiabá.
Vânia foi convocada a prestar esclarecimentos do seu trabalho na pasta, porém, sempre se sentindo pressionada, durante a sua fala afirmou que acionaria a Justiça por violência política de gênero, o que gerou revolta dos parlamentares.
Foi a segunda mudança dela de cargo. No começo da gestão ocupou a Secretaria de Assistência social.
Leia também - Vice defende Abilio e diz que ensino piorou com o fim do regime militar
Após a demissão da segunda pasta, o prefeito foi informado que a ex-secretária teria uma maca e vários produtos de beleza na Semob e decidiu averiguar, alegando que seria uma fiscalização de rotina. Contudo, o dia era um sábado e não tinha nenhuma atendimento para fiscalizar os trabalhos no órgão.
Roberto França e Roberto Nunes
Em 1996, na disputa ao Palácio Alencastro, o então deputado federal Roberto França pelo PSDB se lança candidato.
Na busca para se eleger, ele consegue o apoio do então governador Dante de Oliveira, que já estava de saída do PDT para entrar no ninho tucano. Tanto que Dante indica como vice o deputado estadual Roberto Nunes (PDT), que era o seu líder na Assembleia Legislativa (ALMT).
Na época o objeto era vencer as eleições na capital para garantir o apoio do prefeito no projeto de reeleição de Dante em 1998, o que de fato se concretizou.
Após a vitória, Nunes decidiu permanecer na Assembleia Legislativa (ALMT) e não assumiu como vice-prefeito de Cuiabá. Nos bastidores, o que se comenta até hoje é que houve um desentendimento politico entre ele e França, porque o objetivo seria uma administração e mandato compartilhado, fato que não ocorreu. A explicação, à época, que optou pelo mandato no Legislativo até pela visibilidade.
França concluiu o mandato e garantiu a reeleição com a escolha de um novo vice, Luiz Soares já falecido, sem que tenha lhe dado problemas.
Mauro Mendes e João Malheiros
Fato semelhante ocorreu em 2012, quando o atual governador Mauro Mendes (União), conseguiu sua primeira vitória eleitoral. Mauro estava no PSB e tinha como padrinho político, o ex-governador Blairo Maggi, que na época era senador da República pelo PR.
Ambos havia se distanciado nas eleições de 2010, quando Blairo apoiou o seu vice, Silval Barbosa que era do MDB, enquanto Mendes decidiu disputar o governo pelo PSB, rejeitando o pedido do seu padrinho para não disputar.
Na disputa de 2012, Blairo indicou o vice de Mauro Mendes, o então deputado estadual João Malheiros do PR. Malheiros, de família tradicional na cuiabania, ajudaria a amenizar o fato de Mauro ser goiano, fator que explorado 4 anos antes quando ele perdeu a eleição para o então prefeito Wilson Santos (PSDB).
Após a vitória, Malheiros e Mauro se desentenderam. Mendes propôs no máximo duas pastas, já Malheiros queria indicar 5 secretarias.
Diante do desentendimento, Malheiros não assume como vice e Mauro Mendes inicia a gestão sem vice e com problemas de ordem política com o então presidente da Câmara, João Emanuel (PSD). Nos bastidores, o que se comentava era que o vereador queria cassar Mendes para assumir a prefeitura.
Porém, um esquema de corrupção descoberto cassou o presidente da Câmara e amenizou a relação de Mauro Mendes com o parlamento.
Emanuel Pinheiro e Niuan Ribeiro
Ex-prefeito Emanuel Pinheiro, hoje no PSD, teve em seu primeiro mandato Niuan Ribeiro, como vice-prefeito. Filho do ex-senador Osvaldo Sobrinho, Niuan Ribeiro era do PSD, porém teve pouco espaço na administração de Pinheiro, se tornando um mero figurante.
Diante disso, em 2019, Niuan passou a tecer críticas públicas à administração da capital, alegando que era subutilizado e tendo participado pouco das tomadas de decisões pelo Palácio Alencastro.
Na época, Niuan admitiu que afastaria da gestão e buscaria novos rumos pada 2020, e chegou a ser reunir com Fábio Garcia, que na época presidia o DEM.
Diante disso, Emanuel retaliou o vice, exonerado vários cargos comissionados da vice-prefeitura, gerando revolta do vice. Na época, Emanuel alegou contenção de gastos.
Ribeiro decidiu entrar na justiça para buscar ter os cargos de volta, acusando Emanuel de ter demitido por questões políticas. Porém, a Justiça negou o seu pedido.
Ele chegou a lançar sua pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá em 2020, porém, desistiu e apoiou Abilio Brunini, que perdeu para Emanuel.
Leia mais na edição do jornal A Gazeta
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.