Lista de Riva traz apelidos de 10 citados por corrupção

Na proposta de aditamento de colaboração premiada, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, decidiu decodificar as planilhas e anotações que já estavam em mãos das autoridades devido a diversas operações das quais foi alvo.
Em uma delas, apreendida durante a 5ª fase da Operação Ararath, Riva revela o significado de apelidos e códigos escritos a lápis e caneta.

O empresário Valdir Piran, por exemplo, que é citado por Riva em vários casos de corrupção, como compra de votos da Mesa Diretora e empréstimos para manter o pagamento de mensalinho aos deputados, era conhecido como “Pressão 10”. Já o empresário Jurandir Vieira era conhecido como “Xará2”.

“Os itens Xará2 e pressão10 se tratam de meras anotações com o simples objetivo de lembrar que era necessário pagar empréstimos junto a Jurandir da Solução Cosméticos (Xará2) e Valdir Piran (Pressão10)”, explica Riva no documento.
Outra que ganhou apelido era a ex-deputada Luciane Bezerra (PV), que era tratada “carinhosamente” como “Lulu”. A anotação segundo o ex-deputado, se referia ao salário da deputada, “que estava sendo pago por fora, pois ela estava licenciada do cargo”.

Já o ex-deputado Walter Rabello (já falecido) era conhecido como “Wats”. O ex-deputado e ex-prefeito de Rondonópolis Percival Muniz, era o “Perc” na lista de Riva. “Mau” era como era conhecido o ex-parlamentar Mauro Savi. Ainda com apelidos estão Maksuês Leite, o “Mak”, Daltinho como “Dt” e João Malheiros como “João”.

Já o vereador Justino Malheiros está na lista do ex-deputado como “Justu”. Ele é filho do ex-deputado João Malheiros e teria recebido dinheiro que era para o seu pai.

Além dos codinomes, Riva cita mais de 80 nomes entre deputados, ex-deputados, ex-governadores, empresários, ex-conselheiros e conselheiros do TCE, advogados e funcionários públicos.

Todos teriam envolvimento em fatos nos quais ocorreram crimes e ilicitudes, segundo o ex-deputado que está negociando sua delação, como A Gazeta vem publicando desde o último domingo (6).

Riva nega
Em nota emitida nesta quarta-feira (9) para a imprensa, José Geraldo Riva classificou o documento vazado como “apócrifo” e que “jamais foram subscritos pelo ex-deputado”, diz trecho.

Ele ainda diz que os documentos não foram protocolizados ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso e que a sua postura de colaboração com as investigações já vem ocorrendo desde 2017, “porém não firmou, até a presente data, nenhum acordo de delação premiada com o MP/MT”, diz outro trecho.

Por fim, Riva diz que tais documentos não foram vazados do MP porque não contém a sua assinatura e que “está adotando as medidas jurídicas necessárias para identificar os autores e responsabilizá-los pela distribuição dos malsinados documentos”, finaliza.

Confira reportagem completa na edição do Jornal A Gazeta