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GANHOS COM OS CRIMES 17.04.2024 | 18h36

Delegado ‘lucrou’ R$ 9 mil com fiança, cobrou R$ 15 mil para entregar carro a vítima e 'salvou' traficante'

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Reprodução/Instagram

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Na decisão em que decretou a prisão do delegado Geordan Fontenelle, a juíza Paula Tathiana Pinheiro, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, citou os valores que eram cobrados por ele para oferecer algumas vantagens indevidas. A autoridade policial e o investigador de polícia Marcos Paulo Angeli teriam cobrado R$ 9 mil a mais em uma fiança e outros R$ 15 mil para liberar um veículo objeto de um golpe. Consta no Portal da Transparência do Estado que ele recebe salário líquido de R$ 23.566,70 como servidor efetivo. Conforme os autos, Geordan Fontenelle foi alvo de captação ambiental, autorizada pela Justiça. Com isso, a Corregedoria da Polícia Civil conseguiu monitorar conversas do delegado.

 

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"Após a implementação e retirada do dispositivo pela equipe de Inteligência da Polícia Judiciária Civil, descobriu-se que o gabinete do representado funcionava, na verdade, como verdadeiro ‘gabinete do crime’, local no qual o representado fazia reuniões de portas fechadas para tratar de solicitações de vantagens indevidas aos empresários que atuam no ramo do garimpo", diz trecho do documento.

 

Consta, por exemplo, que Geordan e Marcos cobraram R$ 10 mil de fiança à pessoa identificada como A.P.G., sendo que na realidade o valor seria R$ 1 mil. Os R$ 9 mil teriam sido repartidos entre os dois e a advogada do homem.

 

Em outro caso, Marcos negociou o valor de R$ 15 mil para reaver um veículo a uma vítima de golpe de intermediação de compra e venda. Em uma das conversas, o investigador conta que negociou com a vítima, que disse que sabia que tinha "que desembolsar um dinheirinho também".

 

Também foi destacado na decisão que o delegado recebia repasses mensais no valor de R$ 2 mil de uma cooperativa de garimpeiros de Peixoto de Azevedo. O repasse, no entanto, parou após a cooperativa ser alvo da Polícia Federal na Operação Hermes II.

 

Além disso, em uma das conversas captadas, o delegado Geordan contou que cobrou diária de R$ 10 mil a um dos alvos da Operação Hermes II, para utilizar uma sala de policiais plantonistas.

 

“O representado Geordan, em conversas com Marcos e Gefferson, sugere que houve a cobrança de ‘diária’ [...] que teve como suspeito A.J.S.O., alvo da Operação Hermes II. Na conversa, o delegado diz manter o acusado ‘(...) em um alojamento exclusivo para policiais plantonistas, prática que aparenta ser comum entre o Delegado Geordan e o IPC Marcos’”.

 

Geordan também teria dito que tinha um contato na Polícia Federal de Sinop, que “poderia fazer ponte com ele para futuras operações”, possivelmente com o objetivo de favorecer garimpeiros aliados e lucrar.

 

A Agência de Inteligência do Estado também apurou que Geordan teria oferecido serviços de segurança privada, com veículo da PJC, para alguns garimpeiros da região. Porém, nem todas as ações do delegado eram visando ganho financeiro.

 

“Em conversa com J.S., Geordan '(...) alega que recebeu que haveria um possível homicídio às vésperas de suas férias, então ele determina que o [investigador] avise o menor, que segundo o diálogo é traficante de drogas, pede para orientar V. a fugir da cidade e não ir atrás do suspeito".

 

Além da prisão de Geordan, a Corregedoria também pediu as prisões do investigador Marcos Paulo Angeli, do advogado Gefferson Cavalcanti Paixão e do empresário Thawe Rodrigues Dorta.

 

No entanto, sobre Gefferson e Thawe a magistrada entendeu que a liberdade deles não deve afetar as investigações. Ela determinou a prisão apenas de Geordan e Marcos.

 

“O fato de terem, ao que tudo indica, prevaricado diligências, somado aos elementos acostados na representação, indicam, de plano, que suas liberdades geram risco à instrução criminal, diante da possibilidade de que tentem frustrar as investigações, sobretudo considerando seus cargos e a viabilidade de os usarem para interferir nas diligências”, justificou.

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