Presidente do TJ reforça segurança das urnas e chama protestantes de 'massa de manobra'

Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Maria Helena Póvoas afirmou que os manifestantes que têm encampado protestos antidemocráticos estão sendo utilizados como "massa de manobra".

Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (7), a magistrada reafirmou a segurança das urnas eletrônicas, que são alvos constante de críticas dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno.

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Os apontamentos da presidente se dão em meio às manifestações que têm obstruído trechos de rodovias e atrapalhado o trânsito em perímetros urbanos de municípios do estado.

Questionada sobre os atos, Maria Helena se mostrou avessa às manifestações e relembrou, sem citar nominalmente, a ditadura militar do país.

"Queria nem estar vendo isso. Sinceramente, eu queria não estar vendo isso. Isso parece coisa de quem não viveu uma era bastante conturbada nesse país. Onde uma cortina negra se abateu sobre esse país. Eu vivenciei essa era. Sei o que é vivenciar sob esse regime", disse.

"E, depois, em segundo lugar, acho que essas pessoas estão sendo massa de manobra de alguém. De quem, a gente não sabe. Eu passei pelo Tribunal Eleitoral e posso garantir que não há fraude em urna eletrônica", acrescentou.

A desembargadora afirmou que vê a situação como um "ataque à democracia". Aos presentes, Maria Helena disse, contudo, que o Judiciário não teme qualquer tipo de investida, uma vez que a eleição presidencial contou inclusive com "observador internacional".

Questionada sobre as ações do governo de Mato Grosso quanto à postura dos manifestantes. A presidente do Judiciário mato-grossense elogiou o Estado e apontou que o governo tem agido como um "verdadeiro democrata".

"O Estado está respeitando a manifestação. A manifestação não está mais obstruindo as vias de acesso. Está tranquilo. Então, o Estado tem se comportado como um verdadeiro democrata assistindo essas manifestações e apenas acompanhando o órgão do Estado, que é a Secretaria de Segurança Pública, acompanhando para que não venham mais obstruir as estradas", disse.

Nesta segunda-feira, havia 13 pontos de manifestração no estado, sendo 2 trechos bloqueados pelos manifestantes de direita. Eles alegam que "lutam" contra a corrupção e o PT que, segundo eles, fará mal ao país. Também alegam que a vitória de Lula se deu mediante fraude nas urnas, acusação que não tem comprovação por parte dos acusadores.